Johnny Mathis - You're A Lady Lyrics
Now the evening has come to a close
And I've had my last dance with you
On to the empty streets we go
And it might be my last chance with you
So I might as well get it over
You're a lady, I'm a man, you're supposed to understand
How these things are often planned to be
You're romantic, I'm a fool,
You're the teacher, I've come to school
Here I sit and hope that you'll love me
You're pure magic, unlock my chain
Nothing ventured nothing gained
And so I say with no restraint, be mine, be mine
Hard to answer I agree
But then I've got to know
I'm not asking you to marry me
Just a little love to show
Oh I know I could make you happy
So the things I have to say
Won't wait until another day
You're a lady I'm a man
You are suposed to understand
How these things are
Often planned to be
You're romantic, I'm a fool
You're the teacher, I've come to school
Here I sit and hope that you'll love me
You're pure magic, unlock my chain
Nothing ventured nothing gained
And so I say with no restraint, be mine, be mine
Other Lyrics by Artist
- Johnny Mathis - All The Things You Are
- Johnny Mathis - Yellow Roses On Her Gown
- Johnny Mathis - I Only Have Eyes For You
- Johnny Mathis - The Hungry Years
- Johnny Mathis - Do Me Wrong, But Do Me
- Johnny Mathis - I Write The Songs
- Johnny Mathis - Solitaire
- Johnny Mathis - That's All She Wrote
- Johnny Mathis - Feelings
- Johnny Mathis - (Do You Know Where You're Going To) Theme From Mahogany
- Johnny Mathis - Send In The Clowns
- Johnny Mathis - Every Time You Touch Me (I Get High)
- Johnny Mathis - We're All Alone
- Johnny Mathis - Hold Me, Thrill Me, Kiss Me
- Johnny Mathis - Sweet Love Of Mine
- Johnny Mathis - I Don't Want To Say No
- Johnny Mathis - Heaven Must Have Made You Just For Me
- Johnny Mathis - I'll Make You Happy
Rand Lyrics
Last Posts
Beyonce Shakes the Internet with Surprise Super Bowl Tease and New Music Release
Beyoncé once again set the digital world abuzz with her latest musical surprise. In an unforgettable move during the Super Bowl, a Verizon commercial served...
Watch Usher’s Full Super Bowl 2024 Halftime Performance Usher, Alicia Keys, Jermaine Dupri, Ludacris,
At the 2024 Super Bowl, Usher redefined the halftime show with a dazzling, career-highlight performance that will be remembered for years to come. Taking the...
Usher Unveils ‘Coming Home’: A Journey Through Sound and Soul in His Latest Album
Spanning three decades in the music industry, Usher has consistently mesmerized fans with his soulful tunes and magnetic performances. However, his most recent project, Coming...
Johnny Mathis You're A Lady Comments
Un gran intérprete y una voz inconfundible con un repertorio grande de primera línea.
No awful.version....terrible it's an insult to the original
YOU'RE A IDIOT !! GO TO SHIT !!
You can really make me happy, Mr. Wonderful Mathis
Um encantamento.! Inigualável.... Incrível!!!..
I am a lady, you are my MAN, wonderful John Royce Mathis.
you are my man.
Beautiful chords and beautiful arrangements...
ENVOLVENTE, EMOCIONANTE ! SENSAÇÕES DE PRAZER E BEM ESTAR, AO OUVIR ESSA POESIA DELICIOSA
NA VOZ DESSE ÍCONE DA MÚSICA ROMÂNTICA INTERNACIONAL ! PARABÉNS PELA POSTAGEM E PELO BOM GOSTO ! (JORGE MOTA = SÃO PAULO)
This is the first time I've heard this song. So lovely, Johnny, you make my heart sing. A voice from heaven, an Earth Angel.
linda canção ! recordo os anos setenta quando adquiri este álbum. Those were the days!
you're A lady é minha preferida.
meu cantor preferido,melhor voz do mundo.hoje tô de saco cheio so esta musica fazs -me satisfeiro da vida obrigado jommy Mathias.
Incomparavel. Música belíssima.
One of the outstanding singers of the last 50 years. He has a great voice and knows how to use it. We used to hear him almost every time we turned on the radio back in the sixties.
One of the most beautiful love songs in the world, sang by the greatest singer ever!
Johnny Mathis, Tremendous voice,great interpretation. It´s fantastic nothing compares!!! Gritings from Brazil.
This is the first cover I have heard of this very great song.
I am absolutely over-blown by Johnny Mathis version.This version of the song should be known and talked about a lot more around the world.
Mr.Roger Howard, I knew song ,even in the decade of 1970, in the voice of Peter Skellerm. It´s a wonderful song, even more in the voice of this spectacular Johnny Mathis
Greetings from Brasil.
sem dúvida a voz de johnny mathis e uma das maravilhas do mundo
This is so beautiful, thank you lenoremewton. He is great.
You're welcome Anita - I'm glad you're enjoying these - sounds like you had a wonderful rendezvous with mr m as well ;)
Now the evening has come to a close
And I've had my last dance with you
On to the empty streets we go
And it might be my chance with you
So I might as well get it over
The things I have to say
won't wait until another day
You're a lady, I'm a man,
you're supposed to understand
How these things are often planned to be
You're romantic, I'm a fool,
You're the teacher, I've come to school
Here I sit and hope that you'll love me
You're pure magic, unlock my chain
Nothing ventured nothing gained
And so I say with no restraint, be mine, be mine
Hard to answer I agree
But then I've got to know
I'm not asking you to marry me
Just a little love to show
All I know I could make you happy
So the things I have to say
Won't wait until another day
You're a lady I'm a man
You are suposed to understand
How these things are Often planned to be
You're romantic, I'm a fool
You're the teacher, I've come to school
Here I sit and hope that you'll love me
You're pure magic, unlock my chain
Nothing ventured nothing gained
And so I say with no restraint, be mine, be mine
Muito bom!
Voz maravilhosa,melodiosa! Inconfundível. Para mim se não a maior as uma das melhores do mundo! Adoro todo repertório muito bem selecionado.... Ele é demais!!!!
Existem Evidências Históricas para a Ressurreição de Jesus? Craig-Ehrman
debate
William Lane Craig
Introdução
Estudantes, faculdade, equipe, e visitantes, estou feliz em dar as boas
vindas a vocês aqui no Hogan Campus
Center do College of the Holy
Cross. Meu nome é Charles Anderton e eu sou professor de economia aqui no
Holy Cross. Junto aos patrocinadores
deste evento – o Center for Religion, Ethics
and Culture e o Campus Christian
Fellowship – eu calorosamente dou as boas vindas a todos vocês para o
debate desta noite. A questão diante de nós hoje é de grande interesse para
cristãos e para muitos não-cristãos: existem evidências históricas para a
ressurreição de Jesus? Sustentando a resposta afirmativa teremos o Dr. William
Lane Craig, pesquisador e professor de Filosofia no Talbot School of Theology em La Mirada,
Califórnia. Sustentando a resposta negativa teremos Dr. Bart Ehrman, notável
professor e titular do departamento de Estudos da Religião na Universidade da
Carolina do Norte.
Durante o debate, eu peço a vocês
que respeitosamente considerem os pontos de vista dos debatedores. Por favor,
evitem qualquer aplauso, comentário, ou manifestação de crítica ou apoio.
Teremos uma sessão de “perguntas e respostas” em um momento específico do debate
e então vocês terão então uma oportunidade de interagir com os debatedores. Por
favor, saibam que o debate e a sessão “perguntas e respostas” serão filmados e
gravados, portanto, peço também que desliguem seus celulares.
O moderador do debate de hoje a noite será Dr. William Shea, Diretor do Center for Religion, Ethics and Culture aqui
do Holy Cross. Dr. Shea recebeu seu
Ph.D. em 1973 na Columbia University School of Philosophy. Ele estudou na
Catholic University of America, University of South Florida e na Saint Loius
University. Ele também atuou como presidente do College Theology Society. Dr. Shea já publicou
mais de 50 ensaios e artigos em jornais escolares e já escreveu e editou um bom
número de livros como “Naturalism and the
Supernatural”, “The Struggle Over the
Past: Religious Fundamentalism in the Modern World”, “Knowlegde and Belief in America: Enlightenment
Traditions and Modern Religions Thought”, “Trying Times: Essays on Catholic Higher in the 20th
Century” e mais recentemente seu livro “Lion and the Lamb: Evangelicals and Catholics in
America”. Por favor, Dr. William Shea, seja bem vindo.
Observações do Moderador
Boa Noite. O debate é uma antiga forma de discussão que combina elementos de
informação, educação, esperança de convencimento alheio e entretenimento. Os
filósofos gregos, os “sofistas”, eram excelentes nos debates, e os diálogos
platônicos e as dialéticas aristotélicas eram formas literárias refinadas de
debate. Os cristãos incorporaram a forma literária de debate e debateram sobre
um grande número de questões teológicas e filosóficas. As universidades
medievais eram lotadas com estudantes e professores que queriam debater. Alguns
cristãos medievais pensavam que se eles simplesmente pudessem discursar bem para
a comunidade judaica em um debate, as massas de judeus então se converteriam
para o Evangelho cristão. Em um famoso debate no século XIII, um frade
dominicano desafiou um notável rabino para um debate se Jesus era ou não o
Messias. O rabino hesitou em aceitar debater, sabendo que se ele vencesse o
debate apresentando boas razões do por que Jesus NÃO era o Messias, ele e seus
companheiros judeus sairiam perdendo de qualquer forma, e foi exatamente isto o
que ocorreu: o rabino venceu o debate, o frade perdeu, e então os cristãos
queimaram as casas e os negócios dos judeus. Eu espero que após o debate de hoje
a noite nenhum de vocês queime o Talbot
Divinity School ou a University of North
Carolina.
Meu debate favorito aconteceu em Cincinnati, em 1834, quando Alexander
Capmbell, o fundador da denominação protestante “The Disciples of Christ” [Os Discípulos de Cristo] debateu com o bispo
católico de Cincinnati, John Purcell, sobre a questão se a Igreja católica era o
anti-Cristo e a Besta vinda do mar. O debate durou seis dias – seis horas em
cada dia – e foi impresso em um volume de 500 páginas. Ambos os debatedores
viveram por muitos anos após o debate e nenhum deles jamais cessou de falar
sobre a questão. Você está a salvo hoje à noite. Eu mesmo tenho que me apressar,
porque estamos aqui seguindo a risca a alguns parâmetros. E eles são:
- Professor Victor Mathson irá marcar o tempo de cada debatedor.
- Cada
debatedor terá 20 minutos para seu discurso de abertura.
- Cada debatedor
terá 12 minutos para a primeira réplica.
- Cada debatedor terá 8 minutos para
a segunda réplica.
- Cada debatedor terá 5 minutos para suas conclusões.
-
Então vocês poderão aplaudi-los – não antes.
- Vocês poderão fazer perguntas
para cada debatedor, durante um período de 30 minutos.
- Vocês poderão
aplaudi-los novamente.
- Dr. Anderson fará um discurso final.
-
Aplaudiremos novamente, e então iremos para nossas casas em paz, sem queimar
nada durante o percurso.
Os dois debatedores não conhecem um ao outro exceto pelo nome e pela
reputação. Eles não fizeram nenhum treinamento um com o outro. Este é um debate
sério; não um encontro da World Wrestling
Federation. Eles estão debatendo uma questão séria, a saber, que tipo de
literatura se trata os livros que compõem o Novo Testamento e quais são suas
utilidades. Ambos são estudiosos, escritores e oradores consagrados.
William Lane Craig tem um doutorado em Filosofia pela University of Birmingham e um doutorado em
Teologia pela University of Munich. Ele
também estudou na Catholic University of
Louvain por sete anos. Craig tem atuado como professor pesquisador de
Filosofia no Talbot School of Theology
pelos últimos dez anos, também já escreveu e editou mais de trinta livros,
incluindo um intitulado “Assessing the NT Evidence of the Historicity of the
Ressurrection of Jesus” [Avaliando as
Evidências do Novo Testamento para a Historicidade da Ressurreição de
Jesus], e dois volumes de debates anteriores, um com Gerd Lüdemann da
Göttingen University, na Alemanha, e
outro com John Dominic Crossan do DePaul
University.
Barth Ehrman é um importante professor de estudos religiosos na University of Noth Carolina. Ele recebeu seu
doutorado no Princeton Theological
Seminary em 1985 e está na North
Carolina desde 1988. Ele já escreveu 19 livros. Entre meus favoritos
estão suas introduções para o Novo Testamento e literatura cristã primitiva e
seu recente livro sobre O Código
DaVinci.
Dr. Craig fará o primeiro discurso de abertura, seguido por Dr. Ehrman.
Dr. Craig – Discurso de
Abertura
Boa noite! Eu gostaria de expressar o quão grato eu estou pelo convite para
participar do debate de hoje à noite. Eu tenho estado muito ansioso para
discutir as questões desta noite com o Dr. Ehrman.
Enquanto me preparava para este debate eu tive uma surpresa. Fiquei espantado
em descobrir como nossas histórias de vida são parecidas: uma vez pequenos
adolescentes rebeldes com alguma familiaridade em relação ao cristianismo, as
vidas de ambos foram transformadas por volta dos 15 ou 16 anos ao
experimentarmos um renascimento espiritual através da fé pessoal em Jesus
Cristo. Ansiosos por servi-lo, ambos freqüentamos o mesmo colégio em Illinois,
Wheaton College, onde também estudamos
grego com mesmo professor. Após a graduação, ambos fomos atrás de nossos
diplomas de doutorado.
Todavia, nossos caminhos se
divergiram radicalmente. Eu recebi uma oportunidade do governo alemão para
estudar a ressurreição de Jesus sobre direção de Wolfhart Pannenberg e Ferdinand
Hahn na University of Munich e na Cambridge University. Como resultado dos meus
estudos, fiquei mais convencido da credibilidade histórica deste evento. Claro,
desde minha conversão, eu já acreditava na ressurreição de Jesus com base em
minha experiência pessoal, e eu ainda penso que esta abordagem experimental
sobre a ressurreição é uma maneira perfeitamente válida para saber que Cristo
ressuscitou. Esta é a maneira pela qual a maioria dos cristãos atualmente sabe
que Jesus está vivo. Mas, como resultado de meus estudos, eu percebi que uma
extraordinária argumentação pode ser proposta para a ressurreição de Jesus de
forma histórica também, e eu espero mostrar hoje à noite que a ressurreição de
Jesus é a melhor explicação para certos fatos estabelecidos sobre Jesus.
Infelizmente, Dr. Ehrman chegou a conclusões radicalmente diferentes a partir
de seus estudos. Em seus livros mais recentes, ele dolorosamente descreve como
ele veio a perder sua fé adolescente. Não estou certo, baseado nos escritos do
Dr. Ehrman, se ele ainda acredita na ressurreição de Jesus ou não. Ele nunca
negou isto. Entretanto ele negou que possam existir evidências históricas para a
ressurreição de Jesus. Ele sustenta que não
podem existir evidências históricas para a ressurreição de Jesus. Agora,
esta é uma afirmação muito ousada, e então, naturalmente, eu fiquei interessado
em ver qual argumento que ele ofereceria para justificá-lo. Fiquei impressionado
em descobrir que o argumento filosófico que ele proveu para sua afirmação é um
velho argumento contra a identificação de milagres que eu estudei durante minha
pesquisa de doutorado e que é considerado pela maioria dos filósofos atualmente
como claramente falacioso. Então, para não passar com o carro na frente dos
bois, esperarei até que ele apresente seu argumento antes de mostrar onde esta
falácia mente.
Por agora, eu quero esboçar brevemente como o argumento histórico para a
ressurreição de Jesus se apresenta. Ao construir uma argumentação para a
ressurreição de Jesus, é importante fazer uma distinção entre evidência e a melhor explicação para a evidência. Esta distinção é
importante, pois na argumentação em questão a evidência é relativamente
não-controversa. Como veremos, a evidência é aceita pela maioria dos estudiosos.
Por outro lado, a explicação para a evidência é controversa. Que a ressurreição
é a melhor explicação para a evidência é uma questão controversa. Embora Dr.
Ehrman diga que não possa existir qualquer evidência histórica para a
ressurreição, veremos que o que ele realmente quer dizer com suas palavras é que
a ressurreição não pode ser a melhor explicação para a evidência, não que não
exista evidência.
Prossigo, então, para meu primeiro ponto, a saber:
(I) Existem quatro fatos históricos que
precisam ser explicados por alguma hipótese histórica adequada:
- O
sepultamento de Jesus.
- A descoberta de seu túmulo vazio.
- Suas
aparições post-mortem.
- A origem da
crença dos discípulos em sua ressurreição.
Agora, vamos analisar este primeiro ponto mais de perto. Eu quero
compartilhar quatro fatos que são largamente aceitos pelos historiadores
atualmente.
Fato #1: Após sua crucificação Jesus foi
sepultado por José de Arimatéia em uma tumba. Os historiadores sustentam
este fato baseando-se em evidencias como:
1. O sepultamento de Jesus é atestado
multiplamente por fontes primitivas independentes – Nós temos quatro
biografias de Jesus, por Mateus, Marcos, Lucas e João, que formam o Novo
Testamento juntamente com várias cartas do apóstolo Paulo. O relato do
sepultamento é uma parte do relato de Marcos sobre a história do sofrimento e
morte de Jesus. Trata-se de uma fonte muito próxima aos acontecimentos que
provavelmente é baseada no testemunho de um observador dos eventos e que, sobre
a qual, o comentarista Rudolf Pesch data para algum momento entre sete anos após
a crucificação. Além disso, Paulo cita uma fonte extremamente antiga para o
sepultamento de Jesus que a maioria dos estudiosos data para algum momento entre
cinco anos após a crucificação de Jesus. Testemunhos independentes sobre o
sepultamento de Jesus por José de Arimatéia são também fundamentados nas fontes
por trás de Mateus e Lucas e o evangelho de João, para não citar o evangelho
apócrifo de Pedro. Assim, nós temos pelo menos cinco notáveis fontes
independentes sobre o sepultamento de Jesus, algumas extremamente próximas ao
evento da crucificação.
2. Como um membro do Sinédrio Judaico que
condenou Jesus, José de Arimatéia provavelmente não é uma invenção cristã
– Existia uma hostilidade compreensível no início na igreja em relação aos
líderes judeus. Aos olhos dos cristãos, eles planejaram a condenação judicial de
Jesus. Assim, de acordo com o estudioso do Novo Testamento Raymond Brown, o
sepultamento de Jesus por José é “muito provável”, uma vez que é “quase
inexplicável” porque os cristãos inventariam uma história sobre um membro do
Sinédrio Judaico que fez um bem a Jesus1.
Por estas e outras razões, a maioria dos críticos do Novo Testamento
concordam que Jesus foi sepultado por José de Arimatéia em uma tumba. De acordo
com John A. T. Robinson da Cambridge
University, o sepultamento de Jesus em sua tumba é “um dos mais antigos e
melhor-atestados fatos sobre Jesus”2.
Fato #2: No domingo após a crucificação, a
tumba de Jesus foi encontrada vazia por um grupo de seguidoras de Jesus.
Entre as razões que levaram a maioria dos estudiosos a esta conclusão estão:
1. A tumba vazia também é atestada
multiplamente por fontes antigas independentes – A fonte de Marcos não
terminou com o sepultamento, mas com a história da tumba vazia, que está ligada
à história do sepultamento verbal e gramaticalmente. Além disso, Mateus e João
contêm fontes independentes sobre a tumba vazia; esta história também é
mencionada nos sermões nos Atos dos Apóstolos (2.29; 13.36); e esta é implícita
por Paulo em sua primeira carta à igreja de Corinto (I Co. 15.4). Assim,
novamente nós temos múltiplas fontes antigas atestando o fato da tumba vazia.
2. A tumba foi descoberta vazia por
mulheres – Na sociedade judaica patriarcal o testemunho de mulheres não
possuía consideração. De fato, o historiador judeu Josefo disse que não era
permitido às mulheres servirem como testemunhas em um tribunal judaico. À luz
deste fato, quão extraordinário é o fato de terem sido mulheres quem descobriram
a tumba vazia de Jesus. Qualquer invenção posterior certamente colocaria
discípulos homens como Pedro e João como descobridores da tumba vazia. O fato de
terem sido mulheres, mais do que homens, que descobriram a tumba vazia, é melhor
explicado pelo fato de que elas eram as
principais testemunhas para o fato da tumba vazia, e os escritores dos
evangelhos sinceramente relataram isto, para eles, a descoberta da tumba pelas
mulheres foi um fato incomodo e embaraçoso.
Eu poderia continuar, mas eu acho que foi dito o suficiente para indicar
porque, nas palavras de Jacob Kremer, um especialista austríaco sobre a
ressurreição, “a confiabilidade das narrativas bíblicas em relação à tumba vazia
é sustentada firme-mente pela grande maioria dos exegetas”3.
Fato #3: Em diferentes ocasiões e sobre
várias circunstâncias diferentes indivíduos e grupos de pessoas experimentaram
aparências de Jesus ressuscitado da morte. Este é um fato que é
virtualmente reconhecido universalmente pelos estudiosos, pelas seguintes
razões:
1. A lista de Paulo das testemunhas oculares
das aparições do Jesus ressurreto garante que tais aparições ocorreram –
Paulo nos diz que Jesus apareceu para seu principal discípulo Pedro, então para
o grupo dos apóstolos conhecido como “os doze”; então depois ele apareceu para
um grupo de 500 discípulos de uma só vez, então para seu irmão mais novo Tiago,
que até então era aparentemente um descrente, então para os discípulos.
Finalmente, Paulo acrescenta, “ele apareceu também a mim”, quando Paulo era
ainda um perseguidor de cristãos (I Co 15.5-8). Dado o momento no qual Paulo
escreveu tais informações, bem como sua familiaridade com as pessoas envolvidas,
estas aparições não podem ser desconsideradas como simples lendas.
2. Os relatos das aparições nos evangelhos
provêm múltiplas e independentes atestações das aparições – Por exemplo,
a aparição a Pedro é atestada por Lucas e Paulo; a aparição aos “doze” é
atestada por Lucas, João e Paulo; e a aparição para as mulheres é atestada por
Mateus e João. As narrativas das aparições alcançam tantas fontes independentes
que não se pode racionalmente negar que os primeiros discípulos tiveram tais
experiências. Assim, até mesmo o crítico cético do Novo Testamento Gerd Lüdemann
conclui, “Pode ser tomado como historicamente certo que Pedro e os discípulos
tiveram experiências após a morte de Jesus nas quais Jesus apareceu a eles como
Cristo ressurreto”4.
Finalmente,
Fato #4: Os discípulos de repente e
sinceramente começaram a acreditar que Jesus havia ressuscitado dos mortos não
obstante suas muitas predisposições para o contrário. Pense na situação
que os discípulos encararam após a crucificação de Jesus:
1. Seu líder estava morto – E as
expectativas judaicas messiânicas não continham a idéia de um Messias que, ao
invés de triunfar sobre os inimigos de Israel, seria vergonhosamente executado
pelos seus inimigos como um criminoso.
2. Crenças judaicas sobre o além-vida
excluíam a possibilidade de qualquer pessoa ressuscitando da morte para a glória
e imortalidade antes da ressurreição geral da morte no fim do mundo –
Todavia, os discípulos repentinamente começaram a crer tão fortemente que Deus
ressuscitou Jesus de dentre os mortos que eles se dispuseram a morrer pela
verdade desta crença. Mas então surge a questão óbvia: O que no mundo fez-los
acreditar em algo tão antijudeu e estranho? Luke Johnson, um estudioso do Novo
Testamento na Emory University, comenta,
“Alguma espécie de experiência poderosa e transformativa é necessária para gerar
o tipo de movimento como o do cristianismo primitivo”5. E também N. T. Wright, um
eminente estudioso britânico, conclui, “Esta é a razão porque, como um
historiador, eu não consigo explicar o surgimento do cristianismo primitivo a
não ser por Jesus ressuscitando, deixando uma tumba vazia para trás”6.
Em resumo, existem quatro fatos que são reconhecidos pela maioria dos
estudiosos: o sepultamento de Jesus, a descoberta do túmulo vazio, suas
aparições post-mortem, e a origem da
crença dos discípulos em sua ressurreição.
Agora, em uma publicação mais antiga, Dr. Ehrman expressou ceticismo sobre
estes fatos. Ele insistiu que não podemos afirmar esses fatos7. Por que não? Bem, ele
apresentou duas razões:
Primeiro, ele diz, historiadores não dizem que um milagre provavelmente
ocorreu. Mas aqui ele estava obviamente confundindo a evidência para a
ressurreição com a melhor explicação para a evidência. A ressurreição de Jesus é
uma explicação miraculosa para a evidência existente. Mas a evidência em si não
é milagrosa. Nenhum destes quatro fatos é de alguma forma sobrenatural ou
inacessível para um historiador. Para prover uma analogia, você sabia que após o
assassinato de Abraham Lincoln, houve uma conspiração para roubar seu corpo
enquanto este estava sendo transportado por trem de volta a Illinois? Agora, os
historiadores obviamente vão querer saber se esta conspiração falhou ou não. O
corpo de Abraham Lincoln sumiu do trem? O corpo foi enterrado com sucesso em uma
tumba em Springfield? Seus assessores próximos, como o Secretário de Guerra
Stanton ou o Vice-Presidente Johnson, afirmaram ter visto aparições de Lincoln
após sua morte? Estas são questões que qualquer historiador pode investigar. E o
mesmo ocorre em relação aos quatro fatos sobre Jesus.
Mas Professor Ehrman tinha uma segunda razão que justificasse seu pensamento
de que historiadores não podem afirmar estes fatos: os relatos dos Evangelhos
destes eventos são irremediavelmente contraditórios. Mas o problema com esta
linha de argumentação é que ela assume três coisas: (i) que as inconsistências
são mais insolúveis do que simplesmente aparentam; (ii) que as inconsistências
negam a parte mais importante da narrativa mais do que em relação aos detalhes
secundários e periféricos; e (iii) que todas as narrativas possuem a mesma
confiabilidade histórica, desde que a presença de inconsistências numa fonte
posterior e menos confiável não diminui em nada a credibilidade de uma fonte
anterior e mais fidedigna. Na verdade, quando você olha para as supostas
inconsistências, o que você descobre é que a maioria delas – como nomes e número
de mulheres que visitaram a tumba – são simplesmente aparentes inconsistências,
não inconsistências reais. Além do mais, as alegadas inconsistências
encontram-se em detalhes secundários e circunstanciais da história e não têm
absolutamente nenhum efeito sobre os quatro fatos que eu citei.
Assim, a maioria dos historiadores não foi dissuadida por este tipo de
objeção. E, na verdade, o Dr. Ehrman repensou sua posição nestas questões. Não
obstante as inconsistências em detalhes, ele agora reconhece que nós temos
“sólidas tradições”, não apenas para o sepultamento de Jesus, mas também para a
descoberta da tumba vazia pelas mulheres e, portanto, ele diz, nós podemos
concluir com “certa certeza” que Jesus foi de fato sepultado pode José de
Arimatéia em uma tumba e que três dias depois a tumba foi encontrada vazia8.
Quando eu descobri que Professor Ehrman mudou de opinião em relação a esta
questão, minha admiração por sua honestidade cresceu. Pouquíssimos estudiosos,
uma vez que já se declararam em relação a um assunto, possuem coragem para
repensar sobre este assunto e admitir que estavam enganados. A mudança do Dr.
Ehrman em sua opinião sobre estas questões é testemunha, não apenas para a força
da evidência acerca destes quatro fatos, mas também para sua determinação de
seguir a evidência não importa aonde ela o conduza. O que isto significa é que
meu primeiro ponto não é uma questão de discordância no debate desta noite. O
debate vai se concentrar em relação à resposta de Dr. Ehrman para meu segundo
ponto, a saber:
(II) A melhor explicação para estes fatos é
que Jesus ressuscitou dentre os mortos.
Esta, obviamente, foi a
explicação que as testemunhas oculares deram aos acontecimentos, e eu não
consigo pensar em uma explicação melhor. A hipótese da ressurreição passa por
todos os critérios para ser uma melhor explicação, como poder explanatório,
escopo explicativo, plausibilidade, e os demais critérios. Claro, através da
história várias explicações naturalistas alternativas para a ressurreição têm
sido propostas, como a hipótese de Conspiração, a hipótese da Aparente Morte, a
hipótese de Alucinação, etc. No julgamento dos estudiosos contemporâneos,
entretanto, nenhuma destas hipóteses naturalistas proveu uma explicação para os
fatos. Nem mesmo o Dr. Ehrman sustenta alguma destas explicações naturalistas
para os fatos.
Então, podemos perguntar, por que Dr. Ehrman não aceita a ressurreição como a
melhor explicação? A resposta é simples: a ressurreição é um milagre, e Dr.
Ehrman recusa a possibilidade de se estabelecer um milagre. Ele escreve, “Uma
vez que historiadores podem estabelecer apenas o que provavelmente aconteceu, e
um milagre desta natureza ser um evento altamente improvável, o historiador não
pode dizer que a ressurreição ocorreu”9. Este argumento contra a identificação de um milagre é
velho, já refutado no século XVIII por alguns eminentes estudiosos como William
Paley e George Campbell, e é rejeitado como falacioso por muitos filósofos
contemporâneos igualmente. Prometo dizer mais sobre isto depois; mas, por agora,
permitam-me dizer que na ausência de alguma explicação naturalista para os
fatos, a hesitação do Dr. Ehrman em abraçar a ressurreição de Jesus como a
melhor explicação é desnecessária. Dr. Ehrman estaria completamente dentro de
seus direitos racionais se ele abraçasse uma explicação miraculosa como a
ressurreição – como nós também estaríamos.
Concluindo, então, eu penso que existem boas evidencias históricas para a
ressurreição de Jesus. Especificamente, eu expus dois pontos para a discussão
desta noite:
(I) Existem quatro fatos históricos que
precisam ser explicados por alguma hipótese histórica adequada: o
sepultamento de Jesus, a descoberta de seu túmulo vazio, suas aparições
post-mortem, e a origem da crença dos discípulos em sua ressurreição; e
(II) A melhor explicação para estes fatos é que Jesus
ressuscitou dentre os mortos.
Dr. Ehrman – Discurso de
Abertura
Eu gostaria de agradecer ao Bill por este impressionante discurso de
abertura. Tenho ouvido por estes anos que Bill é um talentoso debatedor e
orador, e agora eu vejo porque os evangélicos de quem ele fala são tão
orgulhosos de suas habilidades.
Em meu discurso de abertura aqui eu não vou lidar com todos os muitos e
muitos pontos que Bill levantou. Eu vou, do contrário, explicar meu próprio
argumento que, a propósito, não se trata exatamente do argumento que ele disse
que eu faria, apesar de que existem alguns pontos em comum. Eu vou expor meu
argumento e em meu próximo discurso eu vou mostrar porque, em minha opinião, a
posição de Bill é tão problemática.
Eu quero dizer
no início alguma coisa parecida com o que ele disse no começo de seu discurso.
Eu acreditava absolutamente em tudo o que Bill apresentou aqui. Ele e eu
freqüentamos a mesma escola cristã evangélica, Wheaton, onde estas questões são ensinadas.
Antes disso eu freqüentei uma escola ainda mais conservadora, o Moody Bible Institute, onde “Bíblia” é nosso
nome do meio. Lá aprendemos estas coisas ainda mais avidamente. Eu acreditava
nelas com todo meu coração e alma. Preguei sobre estas conclusões e tentei
convencer outras pessoas que elas eram verdadeiras. Mas então eu comecei a
estudar estas questões, não apenas aceitando o que meus professores diziam, mas
olhando profundamente para elas. Eu aprendi grego e comecei a estudar o Novo
Testamento em sua língua original, aprendi hebraico para ler o Antigo
Testamento, também aprendi latim, sírio, e cóptica para poder estudar os
manuscritos e as tradições não-canônicas de Jesus em suas línguas originais. Eu
mergulhei no mundo do primeiro século, lendo judeus não-cristãos, textos pagãos
anteriores e contemporâneos ao Império Romano, e tentei analisar tudo o que foi
escrito por um cristão durante os primeiros três séculos da Igreja. Me tornei um
estudioso sobre tempos antigos, e por vinte e cindo anos eu tenho pesquisado
nesta área, noite e dia. Eu não sou um filósofo como Bill; eu sou um historiador
dedicado a encontrar a verdade histórica. Após anos de estudo, eu finalmente
cheguei à conclusão de que tudo no qual eu pensava anteriormente sobre a
evidência histórica para a ressurreição estava absolutamente errado.
Vou começar explicando em termos simples o que os historiadores fazem.
Historiadores tentam estabelecer com suas capacidades o que provavelmente
aconteceu no passado. Nós não podemos saber realmente o que aconteceu no passado
porque o passado já passou. Nós achamos que sabemos o que aconteceu em alguns
acontecimentos do passado porque temos algumas boas evidências para o que
aconteceu, mas em outros casos nós não sabemos, e em alguns casos nós apenas
podemos jogar as mãos para o alto, nos entregar e desistir.
É relativamente certo que Bill Clinton venceu a eleição presidencial
americana em 1996. Poderá ser de alguma forma menos claro quem venceu a eleição
seguinte. É perfeitamente claro que Shakespeare escreveu seus sonetos, mas
existe um considerável debate sobre isto. Por que? Isto foi a centenas de anos
atrás, e estudiosos surgem com opiniões alternativas. É provável que César
atravessou o rio Rubicão, mas nós não temos muitas testemunhas oculares deste
fato. Historiadores tentam estabelecer níveis de probabilidade sobre o que
aconteceu no passado. Algumas coisas são absolutamente certas, algumas
prováveis, outras possíveis, algumas são “talvez”, algumas não são
prováveis.
Que tipo de evidências os estudiosos procuram quando tentam estabelecer
probabilidades sobre o passado? Bem, o melhor tipo de evidência, claro, consiste
de relatos contemporâneos aos eventos; pessoas que viveram próximas ao tempo dos
acontecimentos dos eventos. Em última análise, se você não tem uma fonte que se
encontra próxima ao tempo de ocorrência dos eventos, então você não tem uma
fonte fidedigna. Existem apenas dois tipos de fontes de informações para eventos
passados: ou relatos baseados em testemunhas oculares, ou relatos que foram
inventados. Estes são os únicos tipos de relatos que você tem do passado – ou
coisas que aconteceram ou coisas que foram inventadas. Para determinar que
relatos correspondem de fato com o que aconteceu, você necessita de narrativas
contemporâneas aos acontecimentos, fontes que estão próximas ao tempo de
ocorrência dos eventos, e ajuda se você tiver muitos destes relatos. Quanto
mais, melhor! Você precisa de muitos relatos contemporâneos, e você precisa que
eles sejam independentes uns dos outros. Não te ajudará nada ter diferentes
relatos que sofreram influências uns dos outros; você precisa de relatos que
atestam independentemente os resultados. Além disso, mesmo que você precise de
relatos independentes uns dos outros, que não foram influenciados por outros
relatos, você precisa de relatos que corroboram uns aos outros; relatos que são
consistentes com aquilo que eles têm a dizer sobre o assunto em questão. Além de
tudo isso, finamente, você necessita de fontes que não sejam tendenciosas acerca
do assunto. Você necessita de relatos desinteressados. Você precisa de muitos
deles, você precisa que eles sejam independentes uns dos outros, e você ainda
precisa que eles sejam consistentes uns com os outros.
O que nós temos sobre os evangelhos do Novo Testamento? Bem, infelizmente não
estamos tão abastados quanto gostaríamos de estar. Nós gostaríamos de estar
extremamente abastados porque os evangelhos nos contam sobre Jesus, e eles são
nossas melhores fontes sobre Jesus. Mas o quão boas estas fontes são? Eu não
estou questionando se elas são fontes teológicas válidas para assuntos
religiosos. Mas quão boas historicamente elas são? Infelizmente, elas não são
tão boas como nós gostaríamos que elas fossem. Os evangelhos foram escritos 35
ou 36 anos após a morte de Jesus – 35 ou 36 anos após sua morte, não por pessoas
que foram testemunhas oculares, mas por pessoas que viveram depois. Os
evangelhos foram escritos por pessoas altamente letradas, treinadas, fluentes em
grego e que viveram em uma segunda ou terceira geração após a morte de Jesus.
Eles não foram escritos pelos seguidores de Jesus que falavam aramaico. Eles
foram escritos por pessoas que viveram 30, 40, 50, 60 depois. Onde estas pessoas
conseguiram suas informações? Devo salientar que os evangelhos afirmam ter sido
escritos por Mateus, Marcos, Lucas e João. Mas, isto é apenas em sua Bíblia em
português. Estes são os títulos dos evangelhos, mas quem quer que tenha escrito
o evangelho de Mateus, não o chamou de Evangelho de Mateus. Quem quer que tenha
escrito o evangelho de Mateus simplesmente escreveu este evangelho, e alguém
depois disse que ele era o evangelho de acordo com Mateus. Alguém depois está
dizendo a você quem o escreveu. Os títulos são adições posteriores. Os
evangelhos não são relatos de testemunhas oculares. Então, de onde eles
conseguiram suas informações?
Após os dias de Jesus, as pessoas começaram a contar histórias sobre ele a
fim de converter outras pessoas à fé. Eles estavam tentando converter judeus e
gentios. Como você convence alguém a parar de adorar seu Deus para começar a
adorar Jesus? Você precisa contar histórias sobre Jesus. Então você converte uma
pessoa a partir daquilo que você diz. Esta pessoa converte outra que converte
outra, e ao mesmo tempo as pessoas continuam contando suas histórias.
A maneira como isto funciona é assim: eu sou um negociador em Éfeso e alguém
vem à cidade e me conta histórias sobre Jesus; a partir destas histórias, eu me
converto. Eu digo à minha mulher estas histórias. Ela se converte. Ela então
conta as histórias à nossa vizinha do lado. Ela se converte. A vizinha conta as
histórias a seu marido. Ele se converte. Ele viaja a Roma a negócios, e conta a
algumas pessoas lá estas histórias. Eles se convertem. Estas pessoas que ouviram
as histórias em Roma, onde eles as ouviram? Eles as ouviram de um homem que
morava perto de mim. Bem, ele estava lá para ver as coisas acontecendo? Não. De
onde ele ouviu as histórias, então? Ele as ouviu de sua mulher. De onde ela as
ouviu? Ela estava lá? Não. Ela as ouviu de minha mulher. De onde minha mulher as
ouviu? Ela as ouviu de mim. Bem, de onde eu as ouvi? Nem eu mesmo estava lá.
Histórias estão em circulação ano após ano após ano, e em razão disto, as
histórias são alteradas. Como sabemos que as histórias foram alteradas no
processo de transmissão? Nós sabemos as histórias que foram alteradas quando
existem numerosas diferenças em nossos relatos que não podem ser reconciliados
uns com os outros. Você não precisa acreditar nisso porque eu estou falando;
apenas confira por si mesmo. Eu digo a meus alunos que a razão de nós não
percebemos que existem tantas diferenças nos evangelhos é porque nós os lemos
verticalmente, isto é, do início ao fim. Você começa ler Marcos, o lê do início
ao fim; então você lê Mateus, lê-lo do início ao fim, e Mateus soa muito
parecido com Marcos; então você lê Lucas do início ao fim, e Lucas soa muito
parecido com Mateus e Marcos; depois você lê João, um pouquinho diferente, mas
soa igual com os demais. A razão é porque você os está lendo verticalmente. A
maneira de enxergar as diferenças nos evangelhos é lê-los horizontalmente. Leia
uma história em Mateus, então a mesma história em Marcos, e compare as duas
histórias e veja o que perceberá. Você enxergará grandes diferenças. Apenas
pegue o caso da morte de Jesus. Em qual dia Jesus morreu e em qual horário? Ele
morreu um dia antes do pão da Páscoa ser comido, como João explicitamente diz,
ou ele morreu depois dele ser comido, como Marcos explicitamente diz? Ele morreu
ao meio dia, como é dito em João, ou às 9 da manhã, como dito em Marcos? Jesus
carregou sua cruz sozinho por todo o caminho ou Simão de Cirene a carregou? Isto
depende de qual evangelho você lê. Os dois ladrões zombaram de Jesus na cruz ou
apenas um deles zombou dele enquanto o outro o defendeu? Isto depende de qual
evangelho você lê. O véu do templo se rasgou ao meio antes de Jesus morrer ou
depois? Depende de qual evangelho você lê.
Ou então pegue os relatos sobre a ressurreição. Quem foi à tumba no terceiro
dia? Maria foi lá sozinha ou ela foi com outras mulheres? Se Maria foi lá com
outras mulheres, quantas outras foram lá, quem eram elas e quais eram seus
nomes? A pedra que lacrava o sepulcro rolou antes delas chegarem lá ou não? O
que elas viram na tumba? Elas viram um homem, elas viram dois homens, ou elas
viram um anjo? Depende do relato que você lê. O que elas disseram aos
discípulos? Era para os discípulos permanecerem em Jerusalém e ver Jesus lá ou
era para eles saírem e verem Jesus em Galiléia? As mulheres falaram com alguém
ou não? Depende do evangelho que você lê. Os discípulos nunca abandonaram
Jerusalém ou eles a deixaram imediatamente rumo a Galiléia? Todas as respostas
dependem de qual relato você lê.
Você tem os mesmos problemas com todas as fontes e com todos os evangelhos.
Eles não são relatos fidedignos. Os autores não foram testemunhas oculares; eles
foram cristãos fluentes em grego que viveram 35 a 65 anos após os eventos que
eles narraram. Os relatos que eles narraram são baseados em tradições orais que
estavam em circulação por décadas. Ano após ano os cristãos tentaram converter
as demais pessoas contando histórias sobre Jesus ter ressuscitado da morte.
Estes escritores estão contando histórias que os cristãos estão repetindo por
todos estes anos. Muitas histórias foram inventadas e a maioria das demais foi
alterada. Por esta razão, estes relatos não são tão úteis como nós gostaríamos
que eles fossem para propósitos históricos. Eles não são contemporâneos aos
acontecimentos, eles não são desinteressados, e eles não são consistentes.
Mas até mesmo se estas histórias fossem as melhores fontes no mundo, ainda
permaneceria um obstáculo principal que nós simplesmente não podemos vencer se
abordarmos a questão da ressurreição historicamente mais do que teologicamente.
Tudo bem para mim se Bill quiser argumentar teologicamente que Deus ressuscitou
Jesus ou até mesmo se ele quiser argumentar que Jesus ressuscitou a si mesmo da
morte. Mas isto não pode ser uma reivindicação histórica, e não pela razão que
ele impôs a mim como um velho argumento do século XVIII que já foi refutado.
Historiadores podem estabelecer apenas o que provavelmente aconteceu no passado.
O problema dos historiadores é que eles não podem repetir um experimento. Hoje,
se você quiser provar alguma coisa, é muito simples conseguir provas para muitas
coisas na ciência natural; na ciência experimental nós temos provas. Se eu
quisesse provar a você que barras de sabão flutuam, mas barras de metal afundam,
tudo o que eu preciso fazer é pegar 50 litros de água e começar a jogar as
barras. As barras de sabão vão sempre flutuar, as barras de metal sempre vão
afundar, e depois de algum tempo teremos um nível do que podemos chamar de
probabilidade, onde se eu colocar o ferro novamente, ele afundará novamente, e
se eu colocar o sabão, ele flutuará novamente. Nós podemos repetir experiências
naturais fazendo experimentos científicos. Mas nós não podemos repetir
experimentos na histórica porque uma vez que eles acontecem, acabou.
O que são milagres? Milagres não são impossíveis. Eu não vou dizer que eles
são impossíveis. Você pode até pensar que eles são possíveis e, se você pensar
assim, então você vai concordar com meu argumento mais do que eu mesmo. Eu estou
dizendo que milagres são tão altamente improváveis que eles são a possibilidade
mais remota em qualquer instância. Eles violam a maneira como a natureza
normalmente trabalha. Eles são tão altamente improváveis, sua probabilidade é
infinitesimalmente remota, que nós os chamamos milagres. Ninguém neste planeta
pode andar sobre as águas. Quais são as chances de um de nós conseguir fazer
isso? Bem, nenhum de nós pode, então vamos dizer que as chances são de uma em
dez bilhões. Bem, alguém supostamente consegue. Isto dado que as chances são de
uma em dez bilhões, mas, de fato, ninguém de nós consegue andar sobre as
águas.
E sobre a ressurreição de Jesus? Eu não estou dizendo que isto não aconteceu;
mas, se a ressurreição aconteceu, isto seria um milagre. A reivindicação de que
Jesus ressuscitou não trata apenas do corpo de Jesus voltar à vida; ele voltou à
vida para não morrer novamente. Esta é uma violação do que naturalmente
acontece, todos os dias, tempo após tempo, milhões de vezes por ano. Quais são
as chances de uma ressurreição acontecer? Bem, isto seria um milagre. Em outras
palavras, seria tão altamente improvável que nós mão podemos explicar este
evento por meios naturais. Um teólogo pode dizer que a ressurreição aconteceu, e
para argumentar com o teólogo nós devemos argumentar em terreno teológico porque
não há bases históricas para argumentação. Historiadores podem estabelecer
apenas o que provavelmente aconteceu no passado, e por definição um milagre é a
possibilidade mais remota a se considerar. Sendo assim, pela natureza do canons da pesquisa histórica, nós não podemos
reivindicar historicamente que um milagre provavelmente aconteceu. Por
definição, a ressurreição provavelmente não aconteceu. E a história pode
estabelecer apenas o que provavelmente ocorreu.
Eu gostaria que pudéssemos estabelecer milagres, mas não podemos. Não é por
culpa de ninguém. Simplesmente os canons
da pesquisa histórica não permitem que se estabeleça como provável a mai
improvável de todas as ocorrências. Por esta razão, as quatro evidências
levantadas por Bill são completamente irrelevantes. Não pode ser provavelmente
histórico um evento que desafia a probabilidade, mesmo que o evento tenha
ocorrido. A ressurreição deve ser considerada pela fé, não com base em provas.
Permitam-me ilustrar um cenário alternativo do que poderia ter acontecido
para explicar a tumba vazia. Eu não acredito no que vou dizer. Eu não acho que
tenha acontecido desta forma, mas é mais provável que um milagre acontecendo,
porque um milagre, por definição, é a possibilidade mais remota. Então, deixe-me
dar mostrar a vocês uma teoria, apenas uma que eu inventei aqui. Eu poderia
inventar vinte destas teorias que são implausíveis, mas que ainda assim são mais
plausíveis que a ressurreição.
Jesus foi sepultado por José de Arimatéia. Dois parentes de Jesus então
ficaram irritados por um desconhecido líder judeu ter enterrado o corpo. No fim
da noite, estes dois parentes roubaram a tumba, pegaram o corpo e o enterram
eles mesmos. Mas os soldados romanos na vigília os viram carregando o corpo pela
estrada, lutaram com eles e os mataram. Eles jogaram os três corpos em uma mesma
caverna, onde depois de três dias estes corpos estavam impossíveis de seres
reconhecidos. A tumba então está vazia. Pessoas vão à tumba e a encontram vazia,
começam a pensar que Jesus ressuscitou dos mortos, e elas começam a pensar que o
viram, pois eles sabem que Jesus ressuscitou, afinal a tumba está vazia.
Este é um cenário improvável, mas você não pode objetá-lo como impossível de
ter acontecido porque não é. Pessoas roubaram tumbas. Soldados mataram civis com
um pretexto mínimo. Pessoas foram enterradas em uma mesma caverna e deixadas à
podridão. Não é provável, mas este cenário é mais provável que um milagre, que é
tão improvável que você deve apelar para uma intervenção sobrenatural para
fazê-lo funcionar. Esta explicação alternativa que eu dei a vocês – que não é a
que eu creio ser verdadeira – é pelo menos plausível, e é histórica, em oposição
à explicação de Bill, que não é uma explicação histórica. A explicação de Bill é
uma explicação teológica.
A evidência de que o próprio Bill não vê sua explicação como histórica é que
ele reivindica que sua conclusão é que Jesus foi ressuscitado da morte. Quem o
ressuscitou? Bem, presumidamente Deus! Esta é uma reivindicação teológica sobre
alguma coisa que aconteceu com Jesus. Trata-se de alguma coisa que Deus fez com
Jesus. Mas historiadores não podem presumir crença ou descrença em Deus ao
fazerem suas conclusões. Discussões sobre o que Deus fez são naturalmente
teológicas, elas não são históricas. Historiadores, sinto em dizer, não têm
acesso a Deus. Os canons da pesquisa
histórica são restritos apenas ao que acontecem aqui neste plano terreno. Eles
não podem nem pressupõe nenhum tipo de crença sobre o mundo natural. Eu não
estou dizendo que isto é bom ou mau. Simplesmente é a maneira pela qual a
pesquisa histórica trabalha.
Permitam-me lhes dar uma analogia. Não é ruim que não existam provas
matemáticas para a evidência de uma polêmica antisemitista em O Mercador de Veneza. Matemática é
simplesmente irrelevante em relação a questões literárias. Da mesma forma, as
pesquisas históricas não podem conduzir reivindicações teológicas sobre o que
Deus fez.
Em resumo, as fontes que temos não são tão boas quanto desejamos que elas
fossem. As narrativas foram escritas muitas décadas após os fatos por pessoas
que não estavam lá para vê-las acontecendo, que herdaram histórias que foram
alteradas no processo de transmissão. Estes relatos que temos sobre a
ressurreição de Jesus não são internamente consistentes; eles são cheios de
discrepâncias, incluindo o relato da morte e ressurreição de Jesus. Mas existe o
problema com o milagre. Não se trata do problema filosófico com o milagre
discutido nos séculos XVII e XVIII. Trata-se de um problema histórico com o
milagre, Historiadores não podem estabelecer milagres como ocorrência mais
provável porque milagres, por sua natureza são as mais improváveis ocorrências.
Obrigado!
Dr. Craig – Primeira Refutação
Bem, obrigado Bart, vejo que teremos um bom debate esta noite. Agora, vocês
vão se recordar que eu estabeleci dois pontos para defender esta noite:
I. Existem quatro fatos que alguma hipótese histórica precisa
explicar.
II. A ressurreição de Jesus é a melhor explicação para estes
fatos.
Agora, eu gostaria de pular este primeiro ponto por causa do tempo e ir
direto para o segundo porque ele é a chave onde Dr. Ehrman e eu discordamos.
Dr. Ehrman sustenta que nós nunca podemos dizer que um milagre como a
ressurreição provavelmente aconteceu porque milagres, por sua própria natureza,
são intrinsecamente improváveis. Agora, a despeito do que ele disse, este
argumento não é novo. Ele já foi proposto no século XVIII por David Hume em seu
ensaio Of Miracles. O argumento do Dr.
Ehrman é apenas uma versão recauchutada do pensamento de David Hume. Agora, o
que os filósofos contemporâneos pensam sobre o argumento de Hume contra a
identificação de milagres? Bem, permitam-se apresentar-lhes outro Earman, John
Earman, Professor de Filosofia da Ciência na University of Pittsburgh.
**O Slide de Powerpoint mostra a capa do livro de John
Earman, “Hume’s Abject Failure: The argument Against Miracle” [O Fiasco Desprezível de Hume: O argumento contra o
milagre]**
Este Professor Earman não é um cristão; na verdade, ele é um agnóstico. Ele
nem mesmo acredita na existência de Deus. Todavia, veja o que ele pensa sobre o
argumento de Hume: não é apenas um fiasco, é um fiasco desprezível. Isto é para
dizer que, ele é demonstradamente, irremediavelmente, desesperadamente
falacioso.
Permitam-me explicar por que.
Quando falamos sobre a probabilidade de algum evento ou hipótese A, esta probabilidade é sempre relativa a um
corpo de informações de um contexto B.
Assim, nós dizemos sobre a probabilidade de A sobre B, ou de A em relação a B.
**Slide de Powerpoint mostra a fórmula Pr
(A/B)**
Então, a fim de descobrirmos a probabilidade da ressurreição, tomemos B como o corpo de informações que nós temos à
parte de qualquer evidência para a ressurreição. Tomemos E para a evidência específica da ressurreição
de Jesus: a tumba vazia, as aparições post-mortem, etc. Finalmente, tomemos
R como a ressurreição de Jesus. Agora, o
que nós queremos descobrir é a probabilidade da ressurreição de Jesus dado o
corpo de informações que nós temos e a evidência específica neste caso.
Os teóricos em probabilidade desenvolveram uma fórmula muito complexa para
calcular probabilidades como esta, e eu vou caminhar com vocês passo a passo,
então vocês a entenderão.
O primeiro fator que nós precisamos considerar é a probabilidade da
ressurreição sobre o corpo de informações que nós temos, apenas:
Pr (R/B) é chamada de intrínseca
probabilidade da ressurreição. Ela nos diz o quão provável a ressurreição
é dado o corpo de informações que temos.
A seguir nós a multiplicamos pela probabilidade da evidência dado o corpo de
informações que temos e a ressurreição:
Pr (E/B & R) é chamado de poder
explanatório da hipótese da ressurreição. Ela nos diz o quão provável a
ressurreição torna a tumba vazia e os demais fatos. Estes dois fatores formam o
numerador do cálculo.
Agora, na linha de baixo, no denominador, apenas reproduza o denominador.
Apenas mova tudo o que está no numerador para a linha de baixo:
Finalmente, nós adicionamos a este produto dois novos fatores: a intrínseca
probabilidade que Jesus não ressuscitou de dentre os mortos e o poder
explanatório da hipótese da não-ressurreição:
Basicamente, Pr (not-R/B) x Pr (E/B& not-R) representa a intrínseca
probabilidade e o poder explanatório de todas as explicações naturalistas
alternativas à ressurreição de Jesus.
Assim, a probabilidade da ressurreição de Jesus relativa ao corpo de
informações que temos e a específica evidência é equivalente nesse cálculo
complicado.
Agora nós estamos prontos para observar precisamente onde o erro do Dr.
Ehrman mente. Então, em homenagem ao desprezível erro de Hume, eu lhes dou: o
Erro Escandaloso de Ehrman.
Ele diz: “Uma vez que historiadores podem estabelecer apenas o que
provavelmente aconteceu, e como um milagre é em sua natureza muito improvável,
os historiadores não podem dizer que a ressurreição provavelmente aconteceu”.
Em outras palavras, ao calcular a probabilidade da ressurreição de Jesus, o
único fator que ele considera é a intrínseca probabilidade apenas [Pr (R/B)].
Ele simplesmente ignora todos os outros fatores. E isto é uma falácia
aritmética. A probabilidade da ressurreição poderia ainda ser muito alta mesmo
que a Pr (R/B) tivesse um valor muito baixo. Especificamente, Dr. Ehrman ignora
os fatores cruciais das alternativas naturalistas para a ressurreição [Pr
(not-R/B) x Pr (E/B & not-R)]. Se estes fatores possuem baixos valores, eles
vão contrabalançar a qualquer intrínseca improbabilidade da hipótese da
ressurreição.
Nós podemos ver isto ao olhar para a forma dos cálculos de probabilidade.
Eles têm esta forma:
Eles têm esta forma, pois o numerador é reproduzido no denominador. Agora,
observe que quanto mais próximo de zero o Y estiver, mais o valor deste cálculo
se aproxima de 1, que na teoria de probabilidade representa “absoluta certeza”.
Então, o que é realmente crucial aqui é a probabilidade de Y, que representa a
intrínseca probabilidade e o poder explanatório das explicações naturalistas
para a ressurreição de Jesus. Então, o Dr. Ehrman não pode simplesmente ignorar
estas hipóteses inconsistentes. Se ele quiser explicar que a ressurreição é um
evento improvável, ele precisa não apenas derrubar todas as evidências para a
ressurreição, mas ele também precisa erigir um caso positivo em favor de alguma
explicação naturalista alternativa à ressurreição.
Mas isto não é tudo. Dr. Ehrman apenas assume que a probabilidade da
ressurreição em relação ao corpo de informações que temos [Pr (R/B)] é muito
pequeno. Mas aqui, eu penso, ele se confundiu. O que, afinal de contas, é a
hipótese da ressurreição? É a hipótese de que Jesus ressuscitou sobrenaturalmente da morte. Não é uma hipótese
de que Jesus reviveu naturalmente da
morte. Que Jesus ressuscitou naturalmente da morte é fantasticamente improvável.
Mas eu não vejo nenhuma boa razão para considerar como improvável o fato de Deus
ter ressuscitado Jesus de dentre os mortos.
A fim de mostrar que esta hipótese é improvável, você teria de mostrar que a
existência de Deus é improvável. Mas Dr. Ehrman disse que um historiador não pode dizer nada sobre Deus. Portanto, ele
não pode dizer que a existência de Deus é improvável. Mas se ele não pode dizer
isto, ele também não pode dizer que a ressurreição de Jesus é improvável.
Portanto, a posição do Dr. Ehrman é literalmente autocontraditória.
Mas isto fica ainda pior. Existe outra versão da objeção do Dr. Ehrman que é
ainda mais falaciosa que o “Erro Escandaloso de Ehrman”. Eu o chamo de “A
Mancada do Ehrman”.
Aqui está: “uma vez que historiadores podem estabelecer apenas o que provavelmente aconteceu no passado, eles não
podem mostrar que milagres aconteceram, uma vez que isto envolveria uma
contradição – que o maior dos eventos improváveis é mais provável”.
A verdade é que não existe em absoluto nenhuma contradição aqui porque
estamos falando sobre duas probabilidades
diferentes: a probabilidade da ressurreição em relação ao corpo de
informações que temos e a evidência [Pr (R/B & E)] e a probabilidade da
ressurreição sobre o corpo de informações que temos apenas [Pr (R/B)]. Não é
surpresa alguma que a primeira probabilidade possa ser muito alta enquanto a
segunda possa ser muito baixa. Não existe absolutamente nenhuma contradição. Em
suma, o fundamental argumento do Dr. Ehrman contra a hipótese da ressurreição é
demonstradamente falacioso.
Hume, porém, tinha uma desculpa para sua desprezível falácia: o cálculo de
probabilidade não havia sido desenvolvido em seu tempo. Mas hoje os estudiosos
do Novo Testamento não têm mais esta desculpa ao usar a seu favor um pensamento
demonstradamente falacioso. Agora, Dr. Ehrman já mostrou que possui honestidade
intelectual para mudar de opinião sob o poder da evidência empírica. Mas, neste
caso, a mudança de sua opinião é matematicamente obrigatória, e eu espero que
ele faça uso da mesma honestidade intelectual que o levou a mudar de opinião a
respeito dos quatro fatos, que esta honestidade o conduza a repensar sua
oposição à hipótese da ressurreição.
Agora, em meus poucos minutos restantes, permitam-me voltar ao meu primeiro
ponto e tratar a respeito das respostas de Ehrman.
Ele disse existe uma espécie de lista que ele poderia oferecer para as fontes
históricas e que os evangelhos não são fontes tão boas como gostaríamos que eles
fossem. Permitam-me dizer que esta lista é tão idealista quanto irrelevante para
o trabalho de um historiador. O único propósito para qual ela serve é para o
efeito psicológico em criar uma barreira tão irrealisticamente alta para a qual
os evangelhos parecem estar aquém, por comparação. Na verdade, entretanto,
nenhuma fonte da história antiga corresponde a esta lista, e quatro em seis dos
documentos do Novo Testamento, penso, cumprem as exigências desta lista
completamente, e as outras duas parcialmente. Então a questão não é se os
relatos que tão boas quanto gostaríamos que elas fossem, mas, elas são boas o
suficiente para estabelecer estes quatro fatos? E elas certamente são.
E sobre as inconsistências? Bem, vocês se lembram que eu disse que ele
precisaria mostrar três coisas para levar a adiante este argumento? Primeiro,
que as inconsistências são insolúveis. Segundo, que elas negam a parte mais
importante da narrativa, mais do que os detalhes. E terceiro, que ele teria de
mostrar que todos os documentos possuem a mesma confiabilidade histórica, uma
vez que a presença de inconsistências em uma fonte posterior e menos confiável
não diminui em nada a credibilidade de uma fonte anterior e mais fidedigna.
Então, eu não acredito que ele realmente mostrou que estas inconsistências
apontadas por ele invalidam as narrativas.
A verdade é que, quando olhamos para os evangelhos, vemos que todos eles
concordam que Jesus de Nazaré foi crucificado por autoridades romanas durante a
Páscoa, após ser preso e condenado pelo crime de blasfêmia no Sinédrio Judaico e
então levado ao governador romano sob a acusação de crime de traição. Ele morreu
após algumas horas e foi enterrado na sexta feira à tarde por José de Arimatéia
em uma tumba que foi selada com uma pedra. Certamente algumas seguidoras de
Jesus, incluindo Maria Madalena, que é sempre mencionada, visitaram sua tumba no
domingo pela manhã, encontrando-a vazia. Por conseguinte, Jesus apareceu vivo
aos seus discípulos, incluindo Pedro, que então se tornaram proclamadores da
mensagem da ressurreição.
Todos os quatro evangelhos atestam todos estes fatos. Mais detalhes pode-riam
ser mencionados simplesmente citando fatos relatados em três dos evangelhos,
três em quatro. E, como eu digo, a questão relevante é que o próprio Dr. Ehrman
agora admite, desde 2003, que a despeito das inconsistências dos relatos, que
estes quatro fatos são históricos. N. T. Wright, na conclusão de sua massiva
pesquisa sobre as narrativas da ressurreição, diz que a tumba vazia e as
aparições post-mortem possuem uma
probabilidade histórica tão alta que poderiam ser chamadas de “virtualmente
certezas”, como a morte de Augustus no ano 14 dC ou a queda de Jerusalém no ano
70 dC10. Isto é
incrível!
Então, eu acho que o debate não está sobre estes fatos. A questão aqui é qual
é a melhor explicação para estes fatos.
E a objeção que o Professor Ehrman oferece não é uma objeção histórica. Ele não
oferece um argumento histórico e sim um argumento filosófico, que é baseado em
um mal entendido sobre as probabilidades envolvidas. Uma vez que já esclareci
sobre este ponto, não vejo nenhuma razão em absoluto do por que alguém não pode
inferir a partir da evidência histórica que Jesus de Nazaré ressuscitou dos
mortos.
Dr Ehrman – Primeira Refutação
Obrigado Bill por esta refutação incrível! Mas tenho de dizer que se você
pensa que eu vou mudar de opinião apenas porque você tem uma prova matemática da
existência de Deus, sinto muito, mas isto não vai acontecer! Então, me desculpe,
eu tenho apenas doze minutos para minha refutação e preciso de três horas, como
eu imagino que você também precise.
Permitam-me dizer que eu respeito a fé pessoal de Bill de que Jesus
ressuscitou de dentre os mortos, mas eu penso que sua reivindicação de que esta
fé possa ser provada historicamente é falsa. Eu vou dividir minha resposta em
quatro partes, apresentando aspectos duvidosos da apresentação de Bill, dando
exemplos ao invés de tentar lidar com cada detalhe desta apresentação.
Primeiro, Bill faz uso duvidoso das menções de autoridades
modernas. Bill freqüentemente cita estudiosos modernos como se de alguma forma
estas citações constituíssem evidência para seu ponto de vista. Como o próprio
Bill sabe, o fato da maioria dos estudiosos do Novo Testamento concordar com
seus quatro pontos não prova que eles estão corretos. Por uma simples razão: a
maioria dos estudiosos do Novo Testamento acredita no Novo Testamento, isto é,
eles estão comprometidos com o texto, então eles obviamente vão concordar com os
quatro pontos. Eu poderia mencionar aqui que a maioria dos historiadores não
concorda com a conclusão de Bill. Isto torna suas conclusões falsas? Não. Isto
simplesmente significa que suas conclusões não são persuasivas para a maioria
dos historiadores. Tendo dito isto, estou surpreso com algumas das autoridades
que Bill menciona, porque na realidade a maioria dos estudiosos críticos que
pesquisa sobre a história de Jesus discorda da conclusão de Bill de que um
historiador pode mostrar que o corpo de Jesus imergiu fisicamente de sua tumba.
Bill pode até se surpreender com isto e a razão é o contexto onde ele trabalha –
um seminário evangélico conservador. Neste ambiente, o que ele pronuncia não é
nada mais do que todo mundo acredita. E é impressionante como até mesmo algumas
das autoridades chave que ele citou não concordam com suas conclusões. Ele cita
um bom número de estudiosos, que eu considero como amigos e conhecidos, e eu
posso dizer a vocês, eles não concordam com seu ponto de vista. Isto o torna
errado? Não, isto simplesmente significa que sua impressionante lista de
citações é tendenciosa, parcial, e falha na tarefa de nos contar a história
real, que é que ele representa a opinião minoritária no debate.
Segundo, Bill faz uso duvidoso das fontes primitivas. Bill cita o apóstolo
Paulo sobre José de Arimatéia ter enterrado Jesus, apenas para pegar um exemplo,
como uma fonte datada apenas cinco anos após a morte de Jesus. Paulo não estava
escrevendo cinco anos após a morte de Jesus; ele estava escrevendo vinte e cinco
anos depois, e nunca mencionou José de Arimatéia. José de Arimatéia não é citado
até que você chegue ao evangelho de Marcos, 35 ou 40 anos após o fato. Quando
Paulo menciona que Jesus foi sepultado, ele quer dizer que ele foi sepultado em
uma caverna comum, o que freqüentemente acontecia com criminosos crucificados.
Paulo disse que ele foi sepultado; ele pode ter sido sepultado em uma caverna
comum. Devo frisar que em alguns de seus trabalhos, Bill cita um grande número
de frases minhas, e ele as tira fora de seu contexto, como mostrarei em alguns
minutos, porque o que ele disse sobre eu ter mudado de idéia, eu não concordo.
Mas em seus escritos ele menciona que Marcos trás uma narrativa mais simples
sobre o sepultamento e que, por esta razão, seu relato se trata de uma narrativa
não adulterada por alterações e então, segundo suas palavras, mais provável de
ser histórica. Eu gostaria de saber se ele ainda pensa assim – que uma tradição
não adulterada é mais provável de ser histórica. Porque se isto for verdade,
então eu gostaria que ele nos dissesse se ele pensa que o relato de Mateus não é
histórico, por ser a tradição mais adulterada de todas. Isto pode ser comparado
com seu comentário alguns minutos atrás de que todas as tradições primitivas
concordavam com alguma coisa, então que nós não deveríamos nos preocupar com as
a tradições posteriores. Bem, então, nos diga Bill, você acha que as tradições
posteriores não são históricas?
Terceiro, Bill faz reivindicações e asserções duvidosas. Por exemplo, Bill
diz que a história das mulheres indo à tumba jamais poderia ter sido inventada
pelos primeiros cristãos. Devo frisar que Paulo jamais mencionou as mulheres
indo à tumba, apenas os relatos posteriores de Marcos e demais evangelhos. Aqui
o problema é um dentre outros típicos da posição de Bill. Seu argumento não
analisa seriamente a natureza das fontes. Qualquer um que analisasse o evangelho
de Marcos não teria nenhuma dificuldade de ver porque, 35 anos após o evento,
ele ou qualquer outra pessoa em sua comunidade poderia ter inventado esta
história. O evangelho de Marcos é cheio de reflexões teológicas sobre o sentido
da vida acerca de Jesus; este é o evangelho de Marcos. Ele não é um relatório, é
um evangelho. É uma proclamação das boas novas, como Marcos mesmo disse, da
morte e ressurreição de Cristo. Um dos temas abordados por Marcos é que nenhuma
pessoa durante o ministério de Jesus conseguiu entender quem ele era. Sua
família não entendeu. Seus conterrâneos não entenderam. Os líderes de seu povo
não entenderam. Nem mesmo seus discípulos entenderam Jesus – especialmente os
discípulos! Para Marcos, apenas os estrangeiros tinham um palpite de quem Jesus
era: uma mulher desconhecida que o ungiu, um centurião, etc. Quem entendeu quem
ele era no final das contas? Nem a família de Jesus, nem os discípulos! Apenas
um grupo de mulheres desconhecidas. Por outro lado a narrativa das mulheres à
tumba se encaixa perfeitamente com os propósitos do evangelho de Marcos. Desta
forma, elas não podem ser tomadas como uma espécie de evidência histórica para o
fato. Elas claramente se encaixam na “agenda” do evangelho. O mesmo pode ser
dito sobre José de Arimatéia. Qualquer um que não consiga pensar porque os
cristãos podem ter inventado a idéia que Jesus tinha um seguidor secreto entre
os líderes judeus está simplesmente em falta com a imaginação histórica.
Quarto, Bill faz inferências duvidosas em seus argumentos. Bill infere que
Paulo deve ter acreditado na tumba vazia uma vez que ele falou sobre as
aparições de Cristo. Cristo apareceu, então a tumba vazia deve ser verdade. Este
é um ponto de vista muito problemático. Para os antigos, como em oposição a
pensadores pós-iluministas com Bill, uma aparição não requer necessariamente uma
reanimação do corpo físico. De acordo com os evangelhos, Moisés e Elias
apareceram a Jesus, Tiago e João. Você acredita que estes homens, Moisés e
Elias, voltaram à vida? Aquele corpo de Moisés foi reconstituído, voltou da
morte e então apareceu vindo dos céus? Ou aquilo foi uma visão apenas?
Certamente foi uma visão; Moisés e Elias desapareceram imediatamente. As pessoas
antigamente não tinham problema em acreditar que os corpos podem ser
espirituais, não físicos. Evidências para isto podem ser encontradas
abundantemente em todas as fontes antigas – judaicas, pagãs e cristãs. Fontes
pagãs do oitavo século ao segundo século anterior a Cristo; de mitos pagãos a
romances pagãos a poetas pagãos a filósofos pagãos, eles estão repletos de
relatos de Deus aparecendo na forma humana aos seres humanos. Mas estas
aparições são visões; não corpos humanos reais. O divino pagão Apolônio de Tiana
aparece a seus seguidores após sua morte, mas trata-se de uma visão, não de uma
reanimação de seu corpo. Com textos judeus da mesma forma: anjos, arcanjos e
demônios aparecem às pessoas em imagem humana, mas eles não possuem corpos
reais.
Em resumo, Bill erra ao assumir que se os discípulos afirmaram ter visto
Jesus vivo após sua morte, eles necessariamente acreditaram ou sabiam que se seu
corpo físico havia ressuscitado. A presunção de Bill é moderna, não antiga. Os
textos com os quais estamos lidando são textos antigos, não modernos. As pessoas
de antigamente não tinham absolutamente nenhuma dificuldade de pensar que uma
aparição divina não era física. Um corpo poderia ser sepultado e a pessoa
poderia aparecer viva logo em seguida sem que seu corpo deixasse a tumba. Se
Bill tem dúvidas quanto a isso, eu sugiro a ele que leia mais alguns textos
antigos para que ele veja como eles tratam disto. Ele pode começar com os textos
cristãos do século segundo, como Atos de João ou Apocalipse de Pedro ou o
Segundo Tratato de Seth, ou ele pode considerar os argumentos propostos por
Basílides, que foi discípulo de Pedro. Para as pessoas daquela época, aparências
post-mortem não eram sinônimos de
reanimação de corpo.
Além do mais, o corpo de Jesus ressuscitado podia fazer coisas que corpos
comuns não podem fazer. Ele entra em salas que estão com as portas trancadas por
dentro, ele ascende aos céus. Bill está seriamente argumentando com bases
históricas que o corpo ressurreto de Jesus poderia fazer estas coisas? Trata-se
de afirmações teológicas sobre Jesus, não de uma afirmação histórica.
Historiadores não são aptos a estabelecer o que Deus faz. Este é o trabalho de
um historiador. O mesmo acerca de sua conclusão de que Deus ressuscitou Jesus
dos mortos. Trata-se de uma conclusão teológica, não histórica. Se ele quer
juntar evidências matemáticas sobre o que Deus provavelmente fez no mundo, eu
devo dizer que isto não vai convencer à maioria dos matemáticos e certamente não
vai convencer a maioria dos historiadores. Historiadores não têm acesso a Deus.
O historiador pode dizer que Jesus morreu na cruz, mas ele não pode dizer que
Deus aceitou seu corpo como uma expiação. O historiador pode dizer que o
apóstolo Paulo afirmou ter tido uma visão de Jesus após sua morte, mas ele não
pode dizer que Deus ressuscitou Jesus dentre os mortos.
A verdade é que: nós não sabemos se Jesus foi sepultado por José de
Arimatéia. O que nós temos são relatos escritos décadas depois dos eventos por
pessoas que ouviram histórias em circulação, e não é de maneira nenhuma difícil
imaginar alguém inventando esta história. Nós não sabemos se a tumba de Jesus
estava vazia três dias depois. Nós não sabemos se ele foi visto fisicamente
pelos seus seguidores após sua morte. Bill vai dizer que eu contradisse a mim
mesmo, mas eu gostaria de lembrar que mais cedo ele me elogiou por ter mudado de
opinião!
Eu tenho três questões conclusivas para Bill. Se Bill está reivindicando ser
um historiador, então eu acho que é importante avaliar sua relação com os
documentos históricos nos quais ele está apelando. Bill acha que os evangelhos
dos quais ele está retirando suas informações possuem muitos erros? Se sim, ele
poderia nos dizer dois ou três destes erros? Se não, como ele pode esperar que
nós acreditemos que ele esta avaliando historicamente estas fontes? Por causa de
seus pressupostos prévios, estes textos têm de estar corretos.
Segunda questão: Bill acredita que pode ser mostrado historicamente que Jesus
realizava milagres, especialmente sua ressurreição, mas também os milagres de
sua vida, sem dúvida. Eu gostaria que ele discutisse sobre as evidências em
relação aos outros realizadores de milagres contemporâneos de Jesus aparte da
tradição cristã. Estaria ele disposto a admitir a partir das mesmas bases
históricas que estas pessoas realizaram milagres? Estou me referindo à tradição
dos milagres realizados por “Apolônio de Tiana”, “Hanina ben Dosa”, “Honi, o
desenhista de círculos”, “Vespasiano”. Estaria Bill disposto a reconhecer que
Apolônio apareceu aos seus seguidores após sua morte ou que Otaviano ascendeu
aos céus? Ou ele pode pegar qualquer outro milagreiro das tradições pagãs que
ele escolher.
Terceira, e finalmente, se apenas os milagres que Bill aceita como tendo
acontecido são aqueles pertencentes à tradição judaico-cristã que ele próprio
professa, eu gostaria que ele nos dissesse o que os faz ser históricos. Como a
fé que ele adotou ainda na adolescência pode ser a única que tem credibilidade
histórica? Foi simples coincidência o fato de ele ter nascido em uma família
religiosa ou em uma cultura religiosa que pode ser demonstrada historicamente
como a única religião verdadeira?
Dr. Craig – Segunda Refutação
Agora, penso que neste último discurso nós ouvimos muito barulho, mas, penso,
uma notável ausência de substância. Permitam-me primeiramente falar sobre as
contentas em relação aos quatro fatos: o sepultamento, a tumba vazia, as
aparências e a origem da fé cristã.
Aqui o Dr. Ehrman diz que eu faço uso duvidoso de autoridades modernas. Eu
concordo que a citação de autoridades modernas não prova nada por si mesma. Esta
é a razão porque eu dei argumentos sobre
cada um dos pontos. Ele deve lidar com os argumentos. Ele diz que eu represento
a opinião da minoria. Não em relação a estes quatro fatos! Eu disse que é
controverso se a ressurreição de Jesus é a melhor explicação para estes fatos, mas eu posso dar
a ele nomes das pessoas que apóiam a veracidade destes quatro fatos. E sobre a
historicidade destes quatro fatos, ela representa a opinião da larga maioria dos
estudiosos sobre esta questão. Enquanto Dr. Ehrman agora escolhe negar o
terrível sepultamento, a tumba vazia, as aparências post-mortem, ele aderiu, na verdade, à opinião
da decidida minoria dentre estudiosos do Novo Testamento a respeito destes
fatos.
Segundo, ele diz que eu faço uso duvidoso de
fontes antigas. Por exemplo, ele diz que Paulo escrevia 25 anos depois, não
antes como eu afirmei. Mas certamente Dr. Ehrman sabe que Paulo em I Coríntios
15:3-5 estava citando uma antiga tradição cristã que ele próprio recebeu e que
pode ser datada para algum momento entre cinco anos após a crucificação. Na
verdade, James D. G. Dunn data esta tradição para algum momento entre 18 meses
após a morte de Jesus11.
Então nós estamos confiando aqui nestas tradições pré-paulinas, não na data da
presente carta de Paulo.
Ele também diz que Paulo talvez estivesse falando sobre uma tumba comum. Não
quando você olha o quarto versículo de I Coríntios 15! Este versículo é como um
esboço dos eventos sobre a morte e ressurreição de Jesus, o sepultamento por
José de Arimatéia, a tumba vazia, e então os relatos sobre as aparições.
Comparado aos Atos dos Apóstolos de um lado e os evangelhos de outro, esta
síntese em I Coríntios 15 se assemelha a um esboço, que inclui de forma
implícita o sepultamento de Jesus em uma tumba por José de Arimatéia.
Dr. Ehrman também pergunta, “é verdade que relatos não adulterados são mais
prováveis de ser históricos?”. Eu diria que sim. É isto que sua própria lista
inclui, que quanto mais antigo for o relato, melhor. Similarmente, que quanto
menos adulterado for o relato, maior é sua credibilidade histórica.
Terceiro, ele disse que eu faço asserções duvidosas. Por exemplo, as mulheres
na tumba: ele diz que elas foram colocadas lá pelo evangelho de Marcos porque
elas seriam um paradigma para os outros. Isto não faz sentido. Estas mulheres
eram seguidoras de Jesus; particularmente Maria Madalena é uma dentre os
discípulos de Jesus. Então esta sua justificativa não procede. Além do mais,
como eu disse, este fato é atestado independentemente. Ele está assumindo que
Marcos é a única fonte; mas nós temos no mínimo cinco fontes independentes para
a história da tumba vazia e o envolvimento das mulheres encontra-se nestas
fontes. Então sua justificativa simplesmente não funciona. O mesmo acerca de
José de Arimatéia; Eu não estou inferindo isto com base nas cartas de Paulo. Nós
temos múltiplas fontes independentes para o envolvimento de José com o
sepultamento. E o próprio Dr. Ehrman usa este critério em seus trabalhos sobre a
historicidade de Jesus.
Ele diz, número quatro, que eu faço inferências duvidosas. Por exemplo, que
uma vez que Paulo disse que Jesus apareceu, então existe uma tumba vazia. Eu
nunca fiz tal inferência, neste debate ou qualquer de meus trabalhos escritos.
Pelo contrário, nos meus livros meu argumento era que quando Paulo diz “e ele
foi sepultado e ele ressuscitou”, nenhum judeu do primeiro século perguntaria,
“mas o corpo permaneceu no túmulo?”. Para um judeu do primeiro século foram os
restos da pessoa na tumba que ressuscitaram para a nova vida. A crença judaica
para a vida após a morte era uma crença na ressurreição física do corpo ou do
que sobrou dele, principalmente os ossos. Esta é a razão pela qual os judeus
preservavam os ossos dos mortos em ossuários para a ressurreição no fim do
mundo. Então, temos boas razões para acreditar na existência do túmulo vazio, e
nenhum judeu do primeiro século poderia ter pensado de outra forma. Mas,
certamente, dizer apenas que Jesus apareceu após sua morte não significa que
esta aparição foi física.
Mas observem que Paulo distinguiu entre as aparições do Jesus ressurreto e as
simples visões de Jesus. E eu desafiaria Dr. Ehrman a dar qualquer explicação
sobre a diferença entre uma visão de Jesus, como aquela que Estevão teve (Atos
7:56), e uma aparição genuína do Jesus ressurreto, outra além do fato de que
umas eram extra-mentais no mundo externo
(aparições físicas) enquanto as outras (as visões) eram puramente intra-mentais.
Então, pelo que pude ver, Dr. Ehrman não foi capaz de invalidar nenhum dos
argumentos que eu apresentei para os quatro fatos. Eles estão todos
estabelecidos pelos mesmos critérios que Dr. Ehrman usa em seus próprios
trabalhos: múltipla atestação por fontes independentes, fontes próximas à
ocorrência dos eventos, e o critério de dissimilaridade ou, melhor,
constrangimento.
Agora, e sobre o segundo ponto, de que a ressurreição de Jesus é a melhor
explicação aos fatos? Ele não respondeu aos meus argumentos além de dizer que
não existem evidências matemáticas para o que Deus faz no mundo. E, claro, este
não foi meu ponto. Meu ponto foi que ele não pode dizer que a ressurreição é
improvável simplesmente porque milagres são eventos improváveis em relação ao
conhecimento que temos do mundo. Você precisa olhar a todo o escopo do cálculo
de probabilidade, ele falhou nisto. Em particular, sua visão é autocontraditória
porque, como ele disse, historiadores não podem fazer asserções sobre Deus, e se
este é o caso, então ele não pode dizer que a ressurreição é improvável porque a
ressurreição é a hipótese de que Deus ressuscitou Jesus dos mortos.
Agora ele parece sugerir que um historiador não pode fazer este tipo de
inferência uma vez que de alguma forma Deus é inacessível. Bem, eu tenho alguns
pontos que eu gostaria de mencionar aqui. Primeiro, você não precisa ter acesso
direto às entidades explicativas em suas hipóteses. Pense nos físicos
contemporâneos, por exemplo. Os físicos contemporâneos fazem uso de uma série de
realidades para as quais os cientistas não têm acesso direto: cordas, objetos em
outras dimensões além das três que conhecemos, e até universos paralelos que não
estão relacionados com o nosso. Mas eles postulam tais entidades como melhor
explicação a partir das evidências que temos atualmente.
Segundo, observe que o historiador não tem acesso direto a nenhum dos objetos de seu estudo. Como Dr.
Ehrman disse, o passado já passou. Não está mais aqui. Tudo o que temos é
resíduo do passado, e o historiador infere a existência de entidades e eventos
no passado com base nas evidências que ele tem. E é exatamente este o movimento
que eu estou fazendo com respeito à ressurreição de Jesus.
Mas, finalmente, número três, este não é um debate sobre o que os
historiadores profissionais podem fazer. Este seria um debate sobre
metodologias, sobre as regras de conduta do profissional. O debate desta noite é
sobre se existem ou não evidências históricas para a ressurreição. E mesmo se o
historiador for proibido profissionalmente por algumas imposições metodológicas
de inferir a ressurreição de Jesus, vocês e eu não somos. Nós não somos
impedidos e, eu diria, nem mesmo o historiador o é fora de sua profissão. Seria
uma tragédia e uma vergonha se nós perdêssemos a verdade sobre o passado de
Jesus simplesmente em razão de algumas imposições metodológicas.
Finalmente, em relação às menções a “Apolônio de Tiana” e “Honi, o desenhista
de círculos”, permitam-me simplesmente citar Robert Yarbrough, que assinala que
estas figuras não possuem nenhum tipo de evidência anterior ao primeiro século,
o tempo de Jesus12.
“Apolônio de Tiana” é uma figura do terceiro século que não é citada nem momento
algum antes do terceiro século. Da mesma forma acontece com “Hanina bem Dosa” e
“Honi, o desenhista de círculos”: John Meier e Ben Witherington mostraram que
estas figuras possuem pouca relevância para com a situação de Jesus no primeiro
século13. Então, estas
figuras apontadas, penso, são comparações simplesmente inválidas.
Eu gostaria de responder às três questões que ele fez a mim, mas meu tempo
acabou. Então, talvez elas apareçam novamente na sessão de perguntas e respostas
e então eu as respondo.
Dr. Ehrman – Segunda
Refutação
Eu acho que estou mais impressionado pela recusa de Bill em lidar com a
alternativa histórica do que eu estou em relação a sua reivindicação de que Deus
ressuscitou Jesus dentre os mortos. Bill entende que a idéia de Deus
ressuscitando é completamente racional, que faz sentido. A razão disto é porque
ele acredita em Deus, então, claro, Deus pode agir no mundo. Por que não? Deus
faz coisas todo o tempo, e não há nada absolutamente nada impossível em Deus
ressuscitar Jesus dos mortos.
Bem, isto pressupõe a crença em Deus. Historiadores não podem pressupor
crenças em Deus. Historiadores só podem trabalhar com o que nós temos entre nós.
Historiadores podem ter qualquer religião, podem ser budistas, podem ser hindus,
podem ser mulçumanos, podem ser cristãos, podem ser judeus, podem ser
agnósticos, podem ser ateus, e a teoria por trás dos canons da pesquisa histórica diz que pessoas
que qualquer religião podem olhar para a evidência e chegar às mesmas
conclusões. Mas a hipótese proposta por Bill requer uma crença pessoal em Deus.
Não a questiono como maneira de pensar. Eu a questiono como uma maneira
histórica de pensar, porque a hipótese proposta por Bill não é histórica, é
teológica.
Bill afirma que a melhor explicação para seus quatro fatos é que um milagre
aconteceu. Hume, na verdade, não estava falando sobre o que eu estou falando.
Hume estava falando sobre a possibilidade de milagres acontecerem. Eu não estou
falando sobre a possibilidade de um milagre acontecer. Eu não aceito o argumento
de Hume de que milagres não podem acontecer. Eu estou perguntando, supondo que
milagres acontecem, os historiadores podem demonstrá-los? Não, eles não podem.
Se Bill quiser mostrar seu cálculo matemático de possibilidades novamente, então
eu sugiro que ele faça o mesmo em relação a outras opções históricas – por
exemplo, aquela que eu propus de que dois membros da família de Jesus roubaram o
corpo e que então eles foram mortos e lançados dentro de uma tumba comum. Isto
provável-mente não aconteceu, mas é mais plausível do que a explicação de que
Deus ressuscitou Jesus de dentre os mortos.
Deixe-me lhes dar outra explicação, uma que veio à minha mente ontem à noite
enquanto estava sentando pensando sobre esta questão. Vocês sabem que nós temos
de tradições cristãs sírias que dentre os irmãos de Jesus, que são mencionados
no evangelho de Marcos, um deles se chamava Judas, que era particularmente
próximo a Jesus e que um destes irmãos, Judas, também conhecido como Judas
Thomas, era o irmão gêmeo de Jesus. Agora, eu não estou dizendo que isto está
correto, mas é o que os cristãos sírios pensavam no segundo e terceiro séculos,
que Jesus tinha um irmão gêmeo. Como ele poderia ter tido um irmão gêmeo? Bem,
eu não sei como ele poderia ter tido um irmão gêmeo, mas era isto que os
cristãos sírios diziam. Na verdade, nós temos histórias interessantes sobre
Jesus e seu irmão gêmeo em um livro chamado “Atos de Tomás”, segundo o qual
Jesus e seu irmão gêmeo eram gêmeos idênticos. Eles se assemelhavam em tudo e a
todo o momento Jesus confundia as pessoas: quando eles viam apenas Thomas saindo
da sala, lá estava ele novamente, e eles não entendiam. Bem, é seu irmão gêmeo
aparecendo. Suponha que Jesus teve um irmão gêmeo – nada implausível! Pessoas
têm gêmeos. Após a morte de Jesus, Judas Tomás e outras pessoas ligadas a Jesus
se esconderam e ele escapou de Judá. Alguns anos depois um dos seguidores de
Jesus viu Judas Tomás e eles pensaram que era Jesus. Outros começaram a relatar
o mesmo. Começa-se então a se espalhar a notícia de que Jesus não está mais
morto. O corpo de Jesus na tumba após o tempo se decompôs perdendo a
possibilidade de ser conhecido. A histórica de que Jesus ressuscitou dos mortos
começa a ganhar a confiança entre as pessoas, e nas tradições orais mais relatos
começavam a ser contados sobre o caso, incluindo versões de que eles encontraram
uma tumba vazia. Esta é uma explicação alternativa. É altamente improvável. Eu
não apostaria nela por um segundo, mas ela é mais provável do que a idéia de que
Deus ressuscitou Jesus de dentre os mortos porque esta hipótese apela para o
sobrenatural, e os historiadores não têm acesso a isto.
Bill não comentou sobre as inconsistências que eu levantei sobre nossos
relatos. Ele simplesmente disse, “Bem, relatos primitivos são melhores que
relatos posteriores”. Se isto é o que ele pensa, eu gostaria que ele fosse claro
e me dissesse se ele pensa se os relatos posteriores são inconsistentes ou que
existem erros neles – sim ou não? Bill admite que relatos não adulterados são
mais prováveis de ser históricos. Se isto é o que lê pensa, eu gostaria que ele
respondesse a minha questão, sim ou não. Isto significa que os relatos
adulterados dos evangelhos não são históricos? Vejam, ele não pode manter seu
argumento em ambos os caminhos. Ele não pode dizer que os relatos não
adulterados como a descrição do sepultamento por Marcos são mais prováveis
historicamente porque eles não são adulterados, e então dizer que o relato de
João, que é adulterado, é também histórico. Se ambos os tipos de relatos -
adulterados e não adulterados – são igualmente históricos, então não há
importância alguma dizer que relatos não adulterados são mais prováveis de ser
históricos.
Ele pergunta, porque as mulheres apareceriam na tumba? Eu expus meu argumento
do porquê Marcos, ou alguém de sua comunidade, poderia ter inventado as mulheres
na tumba. Sua resposta foi, “Bem, Maria Madalena foi uma seguidora de Jesus”.
Bem, Maria Madalena é muito popular nos dias atuais, principalmente depois que
todos leram O Código DaVinci, e se você
não o leu ainda, ele foi reimpresso na versão brochura recentemente. Sim, Maria
Madalena era uma seguidora de Jesus, mas seu argumento foi de que ninguém
inventaria as mulheres por que elas eram marginalizadas, porque os homens não
davam muito valor às mulheres. Minha resposta é: esta é precisamente a razão
pela qual Marcos inventaria a tradição, porque no evangelho de Marcos, são os
marginalizados que entendem quem Jesus é, não os discípulos homens. Este é o
motivo de você ter a história das mulheres descobrindo a tumba.
Bill afirma que nenhum judeu do primeiro século duvidaria de que o corpo
sumiu da tumba se Jesus aparecesse. Minha única sugestão é que ele leia mais
fontes judaicas do primeiro século, porque sua afirmação simplesmente não é
verdadeira. Eu lhe indico uma: leia a segunda revelação do Apocalipse de Pedro,
um livro que é completamente repleto com visões judaicas de mundo, no qual não
há nenhuma dúvida de que o autor acreditava que o corpo de Jesus não se
encontrava em apenas um lugar, mas que ele podia estar em três lugares ao mesmo
tempo, e que o corpo físico não era o único corpo que Jesus tinha, mas que ele
também tinha um corpo espiritual.
Bill, claro, não respondeu às minhas questões, e talvez na sessão de
perguntas e respostas ele o faça. Se ele está reivindicando ser um historiador
ao usar estas fontes como fontes históricas, eu quero saber, ele acha que podem
existir erros nestas fontes? Se ele não acha que podem existir erros nelas,
então eu gostaria de saber como ele pode avaliá-las como fontes históricas como
um historiador crítico. Ele afirma que “Honi, o desenhista de círculos”, “Hanina
ben Dosa” e “Apolônio de Tiana”, a propósito, eram pessoas do terceiro século;
eles não eram pessoas do terceiro século, eles eram pessoas que viveram nos dias
de Jesus.
Meu último ponto é muito simples. Mesmo que nós queiramos acreditar na
ressurreição de Jesus, esta crença seria uma crença teológica. Você não pode
provar a ressurreição. Este evento não é suscetível à evidência histórica; é fé.
Os crentes acreditam na ressurreição e o fazem pela fé; história não pode
prová-la.
Dr. Craig – Conclusão
Em meu discurso de abertura eu comentei que existem duas maneiras de saber
sobre a ressurreição de Jesus: a histórica e a experimental. Nesta noite nós nos
detemos quanto à histórica. Eu argumentei, primeiro, que existem quatro fatos
históricos que precisam ser explicados por alguma hipótese histórica e que,
segundo, a melhor explicação para estes fatos é que Jesus ressuscitou de dentre
os mortos.
Agora, eu não acho que vimos qualquer destes quatro fatos serem refutados
nesta noite. A maioria dos estudiosos concorda com os argumentos que eu dei para
o sepultamento de Jesus por José de Arimatéia, para o fato de a tumba ter sido
encontrada vazia, para as aparições de Jesus a vários indivíduos e grupos de
pessoas, e para a origem da fé dos discípulos na ressurreição de Jesus. Dr.
Ehrman baseou seu argumento nas inconsistências presentes nas narrativas; como
eu mostrei, estas inconsistências se encontram em detalhes periféricos, não em
relação ao coração das narrativas e que nós temos relatos extraordinariamente
harmoniosos para estes quatro fatos fundamentais. Seu único ponto que permaneceu
no seu último discurso foi a respeito do caso das mulheres à tumba, e novamente
eu simplesmente sugiro que, como discípulas de Jesus, que eram fiéis a Jesus e
envolvidas com sua obra e seguidoras dele, elas não representavam pessoas
marginalizadas. E, além disto, este fato é multiplamente atestado. Esta não é
uma característica de Marcos; lembrem-se: nós temos fontes múltiplas e
independentes no papel das mulheres no descobrimento da tumba de Jesus.
E sobre o segundo ponto, e crucial, sobre a
ressurreição de Jesus ser a melhor explicação para os fatos? Eu mostrei como o
argumento baseado na probabilidade que ele deu por várias vezes em seus livros é
falacioso. E ele diz, “Bem, Hume não está falando sobre meu argumento; ele está
falando sobre a impossibilidade de milagres”. Isto é simplesmente um engano. O
argumento de Hume é contra a identificação de milagres baseado em sua
improbabilidade. E isto não responde ao meu ponto fundamental de que ele não
pode dizer que a ressurreição de Jesus é improvável porque ele diz que
historiadores não podem fazer julgamentos sobre este tipo de acontecimento. E
mesmo que este evento fosse improvável, ele precisa considerar todas as outras
evidências que contrabalançariam esta improbabilidade.
Agora, ele diz, “Bem, olhe para estas outras hipóteses. Talvez, por exemplo,
familiares de Jesus roubaram seu corpo. Isto não é mais provável?“. Eu não acho.
Observe que não há nenhum motivo neste caso para se roubar o corpo; os
familiares de Jesus não acreditavam nele durante sua vida. Ninguém mais além de
José e seus servos e as discípulas de Jesus sabiam onde o corpo havia sido
sepultado. O tempo foi insuficiente – entre a noite de sexta e a manhã de
domingo – para que tal conspiração fosse planejada e executada. Também, as
roupas encontradas na sepultura desaprovam a hipótese do saque na tumba; ninguém
iria despir o corpo antes de levá-lo.
Conspirações como estas sempre vêm à tona; os soldados romanos que guardavam
a tumba ficariam felizes em informar aos líderes judeus o que aconteceu. E esta
hipótese não explica as aparências de Jesus nem a origem da fé cristã na
ressurreição de Jesus. Então, por todas estas razões, esta é uma hipótese
improvável.
Em contraste, eu não acho que ele mostra nenhuma improbabilidade ao dizer que
Deus ressuscitou Jesus de dentre os mortos. Tudo o que ele diz é que esta
hipótese apela a Deus e que historiadores não podem inferir Deus. Mas lembrem,
eu dei três respostas a esta questão. Primeiro, como na física, você não tem
acesso direto às entidades explanatórias a fim de inferi-las. Segundo, todo o
projeto do historiador é lidar com o passado inacessível, onde você tem que
inferir acontecimentos baseando-se na evidência presente, mesmo que você não
tenha acesso direto. E terceiro, este não é um debate sobre o que os
historiadores podem fazer profissional-mente e sim um debate sobre se existem
evidências históricas para a ressurreição de Jesus e as conclusões que nós
podemos traçar. E mesmo que um historiador não possa fazer esta conclusão em uma
publicação histórica ou uma sala de aula, ele pode aceitar esta conclusão
enquanto ele volta para casa com sua esposa. E nós podemos aceitar esta conclusão se nós
acharmos que as evidências são melhor explicadas desta forma, também. Em resumo,
eu não acho que exista qualquer boa razão para pensar que as evidências
históricas para a ressurreição de Jesus não sejam mais bem explicadas pela
ressurreição.
Finalmente, eu quero concluir agora dizendo que existe outra forma de saber
sobre a ressurreição: o experimento. Veja, se Jesus realmente ressuscitou de
dentre os mortos como as evidências apontam, então isto significa que Jesus não
foi somente uma figura antiga da história ou uma imagem desenhada nos vidros de
uma catedral. Isto significa que ele está vivo hoje e que ele pode ser conhecido
pela experiência. A mim, o cristianismo deixou de ser apenas uma religião ou um
código de vida quando eu entreguei minha vida a Cristo e experimentei um
renascimento espiritual em minha própria vida. Deus se tornou uma realidade viva
em mim. A luz entrou onde antes só havia escuridão, e Deus se tornou uma
realidade que eu posso experimentar, junta-mente com a grande alegria, paz e
sentido que Ele concedeu à minha vida. E eu diria apenas que se você está
procurando por este tipo de sentido e propósito à sua vida, então não olhe
apenas para as evidências históricas, mas também pegue o Novo Testamento e
comece a lê-lo e perguntar a si mesmo se o que está escrito ali pode ou não ser
verdadeiro. Eu acredito que isto pode mudar sua vida da mesma forma que a minha
vida foi mudada.
Dr. Ehrman – Conclusão
Bem, eu aprecio muito seu testemunho pessoal, Bill. Contudo eu penso que o
que nós vimos é o que Bill realmente é, no fundo, um evangelista que deseja que
as pessoas compartilhem de sua crença em Jesus e que ele está tentando se passar
por um historiador. Eu aprecio isto, mas não se trata de um historiador
profissional poder ou não argumentar alguma coisa, se trata sobre a história
poder ser usada para demonstrar afirmações sobre Deus. Eu tenho, na verdade,
discutido sobre os quatro fatos aos quais Bill continuamente se refere. Sobre o
sepultamento por José de Arimatéia eu argumentei que poderia ter sido uma
invenção posterior. A tumba vazia também poderia ser uma invenção posterior. Nós
não temos uma referência a estes fatos em Paulo; você só tem estas referências
posteriormente nos evangelhos. As aparições de Jesus podem ter sido visões de
Jesus porque pessoas tinham e tem visões todo o tempo.
E um dos primeiros pontos levantados por Bill é de que os discípulos estavam
dispostos a morrer por sua fé. Eu não ouvi nenhum tipo de evidência para isto.
Eu ouço esta afirmação com freqüência, mas lendo todas as fontes cristãs do
primeiro aos quinto século da cristandade, eu gostaria que ele nos dissesse qual
evidência ele tem de que os discípulos morreram por sua crença na
ressurreição.
Prosseguindo em sua análise sobre porque minha explicação alternativa não
funciona, ele diz que a possibilidade dos familiares de Jesus terem roubado seu
corpo é mais implausível do que a possibilidade de Deus ter ressuscitado Jesus
de dentre os mortos. Por que? Eles não tinham motivo para isso. Bem, a verdade é
que as pessoas agem por uma série de motivos, e motivos são coisas das mais
difíceis de se estabelecer. Historicamente, talvez sua família quisesse que ele
fosse sepultado em uma tumba da própria família. Ninguém sabia onde ele havia
sido sepultado, ele diz. Bem, isto não é verdade; a verdade é que os evangelhos
dizem que as mulheres observaram o sepultamento de longe, junto com a mãe de
Jesus. Não havia tempo suficiente para isto acontecer. Aconteceu à noite. De
quanto tempo alguém precisa? Isto não explica as roupas na caverna. Bem, as
roupas na tumba provavelmente são um acrescimo posterior, uma lenda. Isto não
explica as aparências de Jesus. Sim, pessoas têm visões o tempo todo. Uma vez
que as pessoas começaram a acreditar que a tumba de Jesus estava vazia, eles
começaram a pensar que ele ressuscitou dos mortos, e eles tiveram visões. Não
estou dizendo que penso que isto aconteceu. Eu acho que é plausível. Isto
poderia ter acontecido. É mais plausível do que afirmar que Deus deve ter
ressuscitado Jesus de dentre os mortos. A ressurreição não é a explicação
histórica mais provável. Notem que Bill teve mais cinco minutos para responder
às minhas questões, e ele se recusou a fazê-lo; alguém poderia perguntá-lo por
quê.
Vou concluir dizendo a vocês o que eu realmente penso sobre a ressurreição de
Jesus. A única coisa que nós sabemos sobre os cristãos após a morte de Jesus é
que eles analisaram suas escrituras no intuito achar algum sentido aos eventos
que haviam ocorrido. Eles acreditavam que Jesus era o Messias, mas então ele
morre crucificado, então ele não poderia ser o Messias. Nenhum judeu, antes do
cristianismo, pensava que o Messias seria crucificado. O Messias era para ser um
grande guerreiro, um grande rei ou um grande juiz. Ele deveria ser uma figura de
grandeza e poder, não alguém que fosse esmagado por seus inimigos como um
mosquito. Como poderia Jesus, o Messias, ser morto como um criminoso comum? Os
cristãos se voltaram às suas escrituras e tentaram entende-las, e eles
encontraram passagens que faziam referências à sofrida morte do Justo de Deus.
Mas nestas passagens, como Isaías 53 e Salmos 22 e 63, aquele que é punido ou
morto é também exaltado por Deus. Os cristãos acreditaram que Jesus era o Justo
e que Deus deve ter o exaltado. E então os cristãos começaram a pensar que Jesus
era aquele que, mesmo sendo crucificado, foi exaltado nos céus, como Elias e
Enoque nas escrituras hebraicas. Como Jesus pode ser o Messias se ele foi
exaltado aos céus? Bem, Jesus deve voltar em breve para estabelecer seu reino.
Ele não era um Messias terreno; ele é um Messias espiritual. Esta é a razão pela
qual os primeiros cristãos pensavam que o fim estava chegando em breve. Este é o
motivo pelo qual Paulo ensinou que Cristo foi o primeiro fruto da ressurreição.
Mas se Cristo foi exaltado, ele não está mais morto, e então entre os cristãos
começaram a circular histórias sobre sua ressurreição. Isto não foi três dias
depois dos eventos; talvez um, dois anos. Cinco anos depois eles não sabiam mais
quando as histórias começaram. Ninguém podia mais ir à tumba para conferir a
veracidade das histórias; o corpo estava decomposto. Crentes que sabiam que ele
ressuscitou de dentre os mortos começaram a ter visões dele. Outros contaram
histórias sobre estas visões, como Paulo. Histórias destas visões circularam.
Alguns tiveram visões como a que Paulo teve, outros contaram histórias sobre
visões de Jesus como um a um grupo de 500 pessoas que o viram de uma só vez. Com
base nestas histórias, narrativas foram construídas e espalhadas e finalmente
tivemos os evangelhos do Novo Testamento, que foram escritos, 30, 40, 50, 60
anos depois.
Sessão de Perguntas e
Respostas
Questão para o Dr. Ehrman: Minha
questão é para o Dr. Ehrman. Muito obrigado pela sua apresentação. Um dos
comentários feitos por você é que historiadores não podem pressupor a crença em
Deus. Eu sou um historiador e, na verdade, eu estou fazendo minha dissertação de
Ph.D. atualmente sobre historiografia, e eu concordo com você que não se pode
pressupor a crença em Deus. Mas você não pode também pressupor a crença no
passado, o período, ou que nós podemos até mesmo conhecê-lo parcialmente. Nós
temos de ser capazes de respaldar esta crença. Assim, os historiadores não podem
ter nenhuma pressuposição; eles devem ser capazes de respaldar quaisquer crenças
metafísicas que eles vão jogar sobre a mesa. Assim, se você vai acreditar em
Deus, como o Dr. Craig, você tem que justificar isto. Mas eu não acho que o
mesmo esteja fora do escopo do estudo histórico, uma vez que historiadores têm
de percorrer outras disciplinas freqüentemente. Eu gostaria de saber como você
lida com isto.
Resposta do Dr. Ehrman: Bem, obrigado pela
questão! Eu não acredito que História seja uma disciplina objetiva para
começarmos. Soa de sua questão que você concorda com o ponto que foi levantado,
mas nós precisamos conversar mais sobre seu uso da teoria pós-moderna. A minha
visão é que os historiadores não devem respaldar nenhuma pressuposição que ele
ou ela tenha. Mas meu ponto é que para um historiador fazer seu trabalho, deve
existir certos pressupostos compartilhados em comum, mas estes pressupostos
devem poder ser observados. Deus não pode ser observado. Assim nós podemos muito
bem discordar sobre eventos históricos importantes. Existem pessoas em nosso
mundo que, por exemplo, negam o holocausto, que dizem que o holocausto nunca
aconteceu. Bem, como alguém pode demonstrar que o holocausto aconteceu? Bem,
este alguém reúne relatos de testemunhas oculares, fotografias e vídeos e ainda
adiciona as citações de historiadores que concordam que o material colhido é
válido, e então este alguém tenta elaborar seu caso. Mas as informações
recolhidas devem ser de tal forma que historiadores de todos os tipos concordam
que elas sejam válidas, o mesmo em relação às testemunhas oculares. E apelar
para o sobrenatural não é aceitável na comunidade histórica como sendo um
critério válido para se avaliar um evento passado. A razão disto, em parte, é
porque alguém pode vir com qualquer explicação teológica alternativa para o
caso. Vejo que passei do meu tempo, mas eu ia lhes dar uma explicação teológica
alternativa à hipótese da ressurreição, mas farei isto depois.
Resposta do Dr. Craig: A visão do Dr.
Ehrman parece ser que, para fazermos história, devemos pressupor um tipo de
ateísmo metodológico. E a mim isto parece não apenas falso, mas, como eu já
disse, literalmente autocontraditório. Porque se é verdade que o historiador não
pode fazer nenhum julgamento sobre Deus, então ele não pode fazer o julgamento
de que é improvável que Deus tenha ressuscitado Jesus de dentre os mortos. E,
sendo assim, ele não pode fazer nenhuma avaliação probabilística sobre a
ressurreição baseado no corpo de informações que temos. Este valor
probabilístico seria inescrutável. E se é inescrutável, então ele não pode fazer
julgamentos sobre as fantasiosas explicações naturalistas alternativas que ele
nos deu. Assim me parece que o historiador deve estar aberto, pelo menos
metodológica-mente. Ele não pode ser um ateísta metodológico. E em todo caso,
digo novamente, este não é um debate sobre o que os historiadores podem fazer.
Eu, como filósofo, penso poder inferir esta conclusão com base na evidência
histórica, e não há nada ilegítimo ou ilícito ao se fazer isto.
Questão para o Dr. Craig: Dr. Craig,
nós temos [má recepção do microfone], que são: você acredita que existem alguns
problemas, enganos ou erros nos documentos do Novo Testamento? E segunda, ele
está sugerindo que, como você disse que é uma fonte confiável por não possui
adulterações, Mateus não seria assim uma fonte confiável por ter sido
adulterada. Então você precisa responder a isto.
Resposta do Dr. Craig: OK, Dr. Ehrman
está tentando pregar uma pequena trapaça de debatedor aqui em mim, na qual eu
simplesmente me recuso a participar. O critério desta questão é: se um relato é
simples, não contém adulterações teológicas, etc. então ele possui mais
probabilidade e credibilidade de ser histórico. E eu penso que isto é
verdadeiro. Mas este debate não é sobre a inerrância bíblica. Então minha
atitude sobre a questão de existir ou não erros ou enganos na Bíblia é
irrelevante. Esta seria uma convicção teológica. Historicamente, eu estou usando
os mesmos critérios que ele usa, e eu estou completamente aberto à sua
demonstração de que existem erros e enganos nas narrativas. Esta não é a questão
do debate nesta noite.
A inerrância da Bíblia é uma grande questão na fé pessoal do Dr. Ehrman que o
levou a abandonar sua fé cristã. Mas eu não estou pressupondo nenhum tipo de
doutrina teológica sobre a inerrância bíblica ou de sua inspiração – nem estão
todos os estudiosos que pensam que estes quatro fatos são estabelecidos por
critérios de autencidade que ele mesmo defende. Então minha atitude teológica
acerca de eu pensar que existem ou não erros na Bíblia é irrelevante nesta
noite. A questão é, o que você pode provar positivamente usando os critérios
padrões? E meu argumento é que quando você usa estes critérios, você pode provar
positivamente estes quatro fatos básicos subseqüentes à crucificação de
Jesus.
Resposta do Dr. Ehrman: Então
aparentemente tudo bem em se ter pressupostos teológicos sobre a ressurreição,
mas não está OK ter pressupostos teológicos sobre as fontes históricas sobre as
quais a crença na ressurreição está baseada. Se a crença na ressurreição é
baseada em certas fontes que estão na Bíblia e se estas fontes, em sua própria
natureza, devem ser inerrantes, então naturalmente você concluiria que a
ressurreição aconteceu. Mas Bill se recusa a nos dizer se ele acha que a Bíblia
contém erros ou não. Ele não nos dirá isso porque ele ensina em uma instituição
na qual o colegiado concorda que a Bíblia é inerrante sem nenhum tipo de erro em
suas palavras. Então ele não pode acreditar que existam quaisquer erros na
Bíblia. Se ele acha que a Bíblia contém erros, então eu gostaria que eles nos
falasse dois ou três deles. Se ele não acha que a Bíblia contém erros, eu
gostaria de saber com ele pode dizer que está usando os evangelhos do Novo
Testamento como fontes históricas. Ele não pode avaliar criticamente estas
fontes, e uma coisa que os historiadores devem fazer é ser capazes de avaliar
criticamente as fontes sobre as quais suas afirmações estão baseadas.
Questão para Dr. Ehrman: Obrigado Dr.
Ehrman, Você acha que a Teologia é de algum modo uma fonte válida de
conhecimento ou você acredita no naturalismo filosófico? [Má recepção do
microfone]
Resposta do Dr. Ehrman: Eu acho que os
métodos teológicos de conhecimento são perfeitamente aceitáveis e legítimos com
métodos teológicos de conhecimento. Mas eu acho que as afirmações teológicas
devem ser avaliadas em bases teológicas. Por exemplo, a idéia que estes quatro
fatos que Bill continua a se referir mostram que Deus ressuscitou Jesus de
dentre os mortos. Você pode surgir com uma visão teológica diferente desta
proposta por Bill. Suponha, por exemplo, para explicar estes quatro fatos, que o
deus Zulu enviou Jesus para 12ª dimensão, e nesta 12ª dimensão ele era permitido
retornar periodicamente à Terra para um breve descanso de seus sofrimentos
eternos. Mas ele não pode falar aos seus discípulos sobre isto porque Zulu o
disse que, se o fizesse, ele iria acrescentar mais dor à suas agonias eternas.
Então, esta é outra explicação teológica para o que aconteceu. Ela explicaria a
tumba vazia e explicaria as aparências de Jesus. Ela não é tão provável quanto
deus ter ressuscitado Jesus dos mortos e tê-lo feito sentar ao seu lado direito;
que o Deus de Abraão, Isaque e Jacó interferiu na história e exaltou seu nome ao
ressuscitar seu Messias? Bem, você pode pensar que não, que na verdade a
primeira explicação do deus Zulu é louca. Bem, sim, OK, é louca; mas é
teologicamente louca. Não é historicamente louca. Ela não é menos provável como
explicação para o que aconteceu do que a explicação de que o Deus de Abraão,
Isaque e Jacó ressuscitou Jesus dos mortos porque ambas as explicações são
teológicas; elas não são explicações históricas. Então, na esfera da Teologia,
eu certamente penso que a Teologia é um método legítimo de pensamento. Mas os
critérios para avaliação teológica são teológicos; eles não são históricos.
Resposta do Dr. Craig: Hipóteses
teológicas como esta certamente podem ser avaliadas pelos critérios que eu usei
para avaliar a ressurreição de Jesus. Em particular, uma hipótese como a que foi
sugerida, eu penso, possui um ad hoc
gigantesco e altamente implausível, considerando que o contexto
religioso-histórico no qual a ressurreição de Jesus supostamente ocorreu, eu
acho extremamente plausível pensar que na exaltação do Deus de Israel à
afirmação radical de Jesus de Nazaré como sendo o Filho de Deus e a revelação de
Deus à humanidade. Quando você observa o contexto, eu acho que ele provê a chave
ou uma pista para a interpretação adequada do milagre. Então eu acho que devemos
avaliar as reivindicações teológicas filosoficamente e também de acordo com os
mesmos critérios que eu propus que usássemos ao avaliar as explicações para os
quatro fatos.
Questão para o Dr. Craig: Estou muito
interessado no cálculo de probabilidade que você mostrou. Para dizer que foi
provável que Jesus ressuscitou você precisa colocar números naquela equação e
chegar a uma resposta maior do que 0,5. Eu estou interessado em qual é o
resultado deste cálculo e qual é a margem de erro dele. E como estes números
foram determinados?
Reposta do Dr. Craig: Obrigado pela
questão! Richard Swinburne, que é um estudioso na Universidade de Oxford,
escreveu um livro sobre a encarnação e a ressurreição no qual ele faz uso do
cálculo de probabilidade que eu demonstrei. Sua estimativa é de que a
probabilidade da ressurreição de Jesus é de 0,97, e você pode ler neste livro a
razão deste resultado. Eu particularmente não uso o cálculo da probabilidade
para argumentar sobre a ressurreição de Jesus. A razão de eu o trazer aqui foi
para prover uma resposta para os argumentos do Dr. Ehrman ofereceria com base no
argumento de Hume contra a verificação de milagres, que eu penso ser
completamente errado porque ele tenta dizer que a ressurreição é improvável
simplesmente por causa da improbabilidade da ressurreição sobre o corpo de
informações que temos à parte das evidências para a ressurreição de Jesus,
apenas. Na verdade, eu penso que esta probabilidade é inescrutável, uma vez que
estamos lhe dando com um agente livre. Eu não vejo como nós podemos inferir ou
assegurar um número específico para as variáveis do cálculo. Então a maneira na
qual eu argumento sobre a ressurreição não é usando o cálculo de probabilidades.
E sim usando aquilo que chamamos de “inferência à melhor explicação”, que é a
maneira pela qual os historiadores normalmente trabalham. Isto quer dizer, você
avalia hipóteses históricas concorrentes sob os mesmos critérios como: poder
explanatório, escopo explicativo, plausibilidade, menor quantidade de ad hoc, concordância com as crenças já
aceitas, etc. E eu estou preparado para argumentar que quando você coloca a
hipótese da ressurreição ao lado das alternativas naturalistas, você verá que a
hipótese da ressurreição vence com sobras suas teorias rivais naturalistas – a
não ser que você pressuponha algum tipo de ateísmo metodológico para travar a
hipótese da ressurreição. Eu acho que é exatamente isto o que o Dr. Ehrman faz.
Da mesma que eu acredito em Deus e, portanto, acho que a existência de Deus é
bem plausível, como alguém que não acredita, ele acha que a possibilidade da
ressurreição é absurdamente improvável. Mas ele não nos deu nenhuma boa razão
para pensarmos que a existência de Deus é improvável ou que é improvável que
Deus ressuscitou Jesus de dentre os mortos. Na verdade, ele não pode fornecer
uma avaliação de probabilidade, uma vez que ele mesmo comentou sobre os limites
de um historiador.
Resposta do Dr. Ehman: Desculpe. Eu
não acredito que estamos tendo uma conversa séria sobre a probabilidade
estatística da ressurreição ou a probabilidade estatística da existência de
Deus. Eu acho que em qualquer universidade do país, se nós estivéssemos perante
um grupo de acadêmicos, nós seríamos expulsos do palco...
Dr. Craig: Isto não é verdade.
Dr. Ehrman: Bem, talvez não seja
verdade na escola onde você ensina, mas na instituição de pesquisa onde eu
ensino...
Dr. Craig: Bem, o que você me diz
sobre a Universidade de Oxford, onde o Professor Swinburne ensina?
Dr. Ehrman: Bem, Swinburne mostrou que
a probabilidade é de 0,97. E quantas pessoas se convenceram disto exatamente?
Estes argumentos são aqueles que só convencem quem quer ser convencido. Eles não
são argumentos sérios para ser considerados pelas pessoas, então eles podem
dizer, “Ah sim, agora eu vou acreditar porque existe uma probabilidade de 0,97”.
Isto não faz sentido; você não pode demonstrar a existência do sobrenatural por
cálculos estatísticos.
Questão para o Dr. Ehrman: O que eu
quero perguntar é, os relatos de ocorrências de milagres através do tempo tornam
a probabilidade maior que os historiadores pensam?
Reposta do Dr. Ehrman: Boa pergunta. A
questão é: o relato da ocorrência de milagres através do tempo aumenta a
probabilidade? Eu diria que a resposta é provavelmente “não” porque em todas as
instâncias você precisa avaliar se o evento é provável ou não e um milagre nunca
seria um evento provável. Então, se alguém pensa que sim, que um milagre é um
evento provável, o que eu gostaria que Bill fizesse é nos dizer por que ele não
acha que Maomé realizou milagres uma vez que certamente temos relatos disto. Por
que ele não acha que Apolônio de Tiana realizou milagres? Ele citou Larry
Yarbrough, que, na verdade, provavelmente nunca leu sobre a vida de Apolônio. Eu
sei disso porque eu tive uma conversa com Larry Yarbrough sobre isto. Ele nunca
leu os textos. Eu não sei se Bill leu os textos. Eles são muito interessantes;
são textos gregos e estão amplamente disponíveis. Eles nos dizem que Apolônio de
Tiana realizou muitos milagres semelhantes aos que Jesus realizou; ele podia
expulsar demônios, curar doenças, ressuscitar os mortos, e no final de sua vida
ele subiu aos céus. E Apolônio de Tiana foi apenas um dentre uma centena de
pessoas do mundo antigo sobre as quais estes fatos foram atribuídos. Então, se
permitirmos a possibilidade de Jesus, o que faremos quanto à possibilidade de
Apolônio? Ou Honi, o desenhista de círculos, ou Hanina ben Dosa ou o imperador
Vespasiano? Você pode acrescentar quantos nomes você quiser. Agora, a razão de
nós não sabermos muito sobre estas pessoas é porque, claro, o único milagreiro
Filho de Deus que conhecemos é Jesus. Mas, na verdade, no mundo antigo existiam
centenas de pessoas como Jesus, com centenas de histórias contadas sobre eles.
Nós não os contamos porque eles não estão em nossa tradição. Esta é a razão do
porque minha explicação alternativa de Zulu soou implausível a Bill: em sua
tradição é o Deus de Jesus, o Deus de Abraão, Isaque e Jacó que deve estar
envolvido no mundo. E, claro, pessoas de outras religiões dizem que são outros
deuses que estão envolvidos. Então, está não é apenas uma questão sobre se Deus
está envolvido. Qual Deus está envolvido? E como eu frisei anteriormente, será
apenas uma coincidência acontecer de Deus ser o Deus que Bill pôde mostrar
historicamente sua existência e também o Deus para o qual ele se converteu
quando tinha 16 anos de idade.
Resposta do Dr. Craig: A razão de nós
não acreditarmos em muitos outros milagres não é porque não estamos abertos a
eles. Pelo contrário, estou completamente aberto à idéia de que Deus realizou
milagres aparte de Jesus. Mas, por exemplo, em relação a Maomé, com todo
respeito, não há nenhuma evidência de que eles aconteceram. Não há nenhuma
afirmação do Corão de que Maomé realizou milagres. A primeira biografia que
temos de Maomé é datada de no mínimo 150 anos após sua morte, e eu não estou
certo se até mesmo lá existem afirmações sobre milagres. Em relação a Apolônio
de Tiana, as afirmações de milagres são mitos e lendas que não possuem qualquer
valor histórico. Trata-se de invenções pós-cristãs, onde Apolônio é uma figura
que deliberadamente foi construída para competir com os cristãos primitivos.
Então, a razão de alguém não acreditar em milagres nestes casos é porque não
existe nenhuma boa evidência que os sustentem. Mas, em contraste, a maioria dos
estudiosos do Novo Testamento, como Bart Ehrman sabe, acredita que Jesus de
Nazaré executou um ministério de obras milagrosas e exorcismos. Você pode
acreditar que os relatos de milagres contém acréscimos, mas não há dúvida hoje
de que Jesus de Nazaré foi aquilo que ele pensou que era, um realizador de
milagres.
Questão para o Dr. Craig: Dr. Craig,
um dos pontos levantados por você mais cedo acerca das probabilidades foi que
devemos comparar as probabilidades da ressurreição com as probabilidades das
outras explicações. E o Prof. Ehrman tem esta história de que ele não acredita e
insinuou que não acha que elas aconteceram. Assim eu gostaria apenas de ler
alguns versículos do evangelho de Lucas e lhe dar a chance de comentar sobre
estes versículos e dizer, baseado no que o Prof. Ehrman disse, se é a sua visão
ou a dele que faz mais sentido à luz destes versículos. Então, a passagem está
em Lucas 24 e é quando Jesus apareceu aos dois homens no caminho de Emaús e eles
não o reconheceram. Ele está conversando com eles e eles não o reconheceram. E
eles falaram sobre todas as coisas que aconteceram, que eles estavam confusos e
que não sabiam o que estava acontecendo. Então
Jesus disse a eles, “Como vocês custam a entender e como demoram a crer em tudo
o que os profetas falaram! Não devia o Cristo sofrer estas coisas, para entrar
na sua glória?” E começando por Moisés e todos os profetas, explicou-lhes a
respeito dele em todas as escrituras. Ao se aproximarem do povoado para o qual
estavam indo, Jesus fez como quem ia mais adiante. Mas eles insistiram muito com
ele: “Fique conosco, pois a noite já vem; o dia está quase findando”. Então ele
entrou para ficar com eles. Quando estava à mesa com eles, tomou o pão, deu
graças, partiu-o e o deu a eles. Então os olhos deles foram abertos e eles o
reconheceram, e ele desapareceu da vista deles. Perguntaram-se um ao outro: “Não
estava queimando o nosso coração, enquanto ele nos falava no caminho e nos
expunha as Escrituras?”.
Interrupção do Dr. Craig: E qual é sua
questão sobre esta passagem? Não estou certo qual é sua questão.
Continuação da questão ao Dr. Craig: A
questão é: você sabe que o Prof. Ehrman argumentou que estes documentos antigos
não são unicamente para o propósito de estabelecer evidências históricas para os
eventos, mas que eles podem ser usados mais retoricamente. Assim, a questão é,
poderiam estes versículos ser uma pintura da origem da fé cristã, uma vez que,
como Dr. Ehrman argumentou, os primeiros seguidores de Jesus abriram as
escrituras e encontraram referências para o servo sofredor que é exaltado por
Deus? Porque se você observar estes versículos, eles não dizem que seus corações
queimaram porque eles tocaram sua carne, ouviram sua voz e que isto significava
que Deus havia realizado um milagre, que então eles tinham a evidência e que
falariam dela para todos. Eles dizem que seus corações queimaram quando eles
abriram as escrituras.
Resposta do Dr. Craig: Eu acho que
esta é uma maneira plausível de ler esta passagem, esta que você sugeriu. Mas,
claro, isto não está no coração do meu caso esta noite. Eu não estou construindo
o caso que eu apresentei hoje com base em passagens com esta. Eu construí meu
caso sobre quatro fatos fundamentais que são, penso, atestados por testemunhos
múltiplos e independentes, por critérios de embaraçamento, nos quais a maioria
dos estudiosos no assunto concordaria. Sendo assim, eu não estou supondo nada do
que eu disse esta noite na historicidade da aparição de Jesus no caminho de
Emaús ou na interpretação que você proveu a esta passagem. Isto simplesmente não
faz parte do meu caso.
Agora, no geral, entretanto, permita-me dizer, com respeito à sua idéia dos
discípulos indo à escritura e encontrando Jesus lá, eu acho que todo o caso que
eu expus sobre os quatro fatos é que invalida esta idéia. Nós temos boas fontes
independentes que atestam que Jesus foi sepultado por um membro do Sinédrio
judaico em uma tumba, que esta tumba foi encontrada vazia no Domingo pela manhã
após a crucificação, que vários indivíduos e grupos de pessoas experimentaram
aparições de Jesus, e que eles começaram a acreditar que ele havia ressuscitado
de dentre os mortos. E estas passagens que estão no Antigo Testamento são tão
obscuras e difíceis de encontrar que é altamente improvável que elas sejam a
fonte para a crença na ressurreição, como o Dr. Ehrman imagina. Em vez disso,
elas só podem ter sido descobertas a
posteriori. Uma vez que você acredita na ressurreição de Jesus, então
você vai à escritura procurar textos que comprovam e validam-na. Mas a hipótese
contrária é a velha visão de Bultmann de que de alguma forma ao ler as
escrituras, os seguidores de Jesus começaram a acreditar na ressurreição. Mas o
problema com esta hipótese é que as passagens no Antigo Testamento são muito
obscuras e ambíguas para que eles criassem a idéia da ressurreição com base
nelas. Judeus seguidores de um Messias como Jesus, confrontados com sua
crucificação, ou teriam voltado para suas casas ou teriam conseguido um novo
Messias, mas eles não começariam a acreditar que ele ressuscitou de dentre os
mortos.
Resposta do Dr. Ehrman: Bill continua
falando sobre nossas boas fontes primitivas e continua negligenciando que estas
boas fontes foram escritas 40, 50, 60 anos após os eventos e que isto implica
que os autores destes relatos conseguiram suas informações da tradição oral que
estava em circulação ano após ano após ano, quando histórias foram inventadas e
histórias foram alteradas. E, assim, eu não acho que nós devamos sustentar
nossas conclusões nestes quatro fatos. A idéia de que estas passagens eram muito
obscuras a ponto de que ninguém pudesse se basear nelas – estas passagens estão
em Isaías e nos Salmos. Não são passagens escondidas em algum lugar da carta de
Malaquias. Estas passagens eram textos centrais na vida e na religião judaica, e
os discípulos de Jesus demonstraram que eles foram às escrituras para entender o
que os eventos significavam. Isto também, a propósito, é encontrado nas boas
fontes primitivas, que os discípulos de Jesus fizeram exatamente isto. Então eu
acho que esta é uma explicação completamente plausível para como os discípulos
vieram a crer na ressurreição.
Questão para o Dr. Ehrman: Estou feliz
pela oportunidade. Eu acho que perdemos boas oportunidades para aplaudir! Dr.
Ehrman, os historiadores podem verificar um milagre se tivéssemos testemunhas
oculares de que um milagre aconteceu? Levando em conta seu método histórico,
algum milagre já aconteceu e, se sim, quais? Se não, isto significa que você
sempre se recusará a acreditar em milagres?
Resposta do Dr. Ehrman: Boa questão,
obrigado! Vejamos, “mesmo se você tiver testemunhas oculares”. Suponha que nos
anos 1850, nós temos um relato de um pastor de uma igreja do Kansas que andou
sobre um lago durante as festas de Julho e que tinham 12 pessoas que o viram
fazer isto. O historiador terá de avaliar este relato e perguntar, isto
provavelmente aconteceu ou não? Agora, estas testemunhas oculares disseram que
isto aconteceu. Mas existem outras possibilidades que qualquer um pode imaginar.
Poderia haver pedras no lago, por exemplo. Ele poderia estar distante o
suficiente para que eles não o vissem. Existem outras possibilidades que você
poderia pensar. Se você está tentando estabelecer o que aconteceu pela
probabilidade, qual é a probabilidade de um ser humano poder andar sobre um lago
a não ser que ele esteja congelado? A probabilidade é virtualmente zero porque,
na verdade, o ser humano não pode fazer isso. E se você acha que os seres
humanos podem fazer isto, então me apresente uma instância onde eu possa
conferir. Nenhum de nós pode andar sobre um lago. Ninguém em nosso planeta pode.
Bilhões de pessoas que já viveram não puderam. Então, sendo assim, o historiador
vai concluir que provavelmente Joe Smith, o pastor desta igreja, provavelmente
andou sobre o lago? Eu acho que não. Historiadores não vão concluir que ele
andou sobre o lago porque um milagre simplesmente é uma violação da maneira pela
qual a natureza naturalmente trabalha. Assim, você nunca poderá verificar um
milagre com base em testemunhos oculares. Segundo, além disso, nós aqui não
estamos falando sobre alguém que viveu nos anos 1850. Estamos falando sobre
alguém que viveu há 2000 anos, e nós absolutamente não temos relatos de
testemunhas oculares. Os relatos que temos são de pessoas que acreditavam nele.
Não se trata de relatos desinteressados. São narrativas contraditórias e
narrativas que foram escritas 30, 50, 60 anos depois dos eventos.
Resposta do Dr. Craig: Eu concordo que
a ressurreição de Jesus é naturalmente impossível. Mas está não é a questão. A
questão é, é improvável que Deus tenha ressuscitado Jesus de dentre os mortos? E
o Dr. Ehrman não pode fazer este julgamento porque ele afirma que os
historiadores não podem fazer declarações sobre Deus. Sendo assim, ele está
preso em uma autocontradição esta noite. Por um lado, ele diz que o historiador
não pode dizer nada sobre Deus, por outro, ele diz que é improvável que Deus
tenha ressuscitado Jesus de dentre os mortos; e isto é simplesmente uma
autocontradição.
Um dos embaraços do argumento de Hume era que ele sustentava que uma pessoa
que vivesse nos trópicos jamais poderia aceitar testemunhos de viajantes de que
a água poderia existir na forma sólida, como gelo. Assim este homem, baseado no
argumento de Hume, seria conduzido a negar fatos perfeitamente naturais dos
quais nós temos evidências em abundância apenas porque estes fatos contradizem o
que ele conhecia. E exatamente da mesma forma, este argumento que ele nos deu
seria um impedimento à ciência. Se você diz que nós jamais teremos testemunhos
suficientes – evidência suficiente – para acreditar em alguma coisa que
contradiz o caminho normal da natureza trabalhar.
Questão para o Dr. Craig: Obrigado!
Nós estamos falando aqui sobre evidências independentes e imparciais. Então eu
estava pensando se vocês dois podem apresentar evidências que sustentam seus
pontos de vista fora da literatura canônica cristã.
Resposta do Dr. Craig: O fato é que
nós não estamos trabalhando com fontes desinteressadas. Mas, veja, esta é uma
característica de toda história antiga. As pessoas do mundo antigo não escreviam
relatos desinteressados; todos tinham um ponto de vista. Assim, os historiadores
devem levar isto em consideração ao investigar a história. O mesmo fazem os
estudiosos a respeito dos evangelhos. Eles perguntam, qual é a credibilidade
destes eventos dado que as narrativas vêm de cristãos? E uma maneira de rodear
este problema é através de múltiplos e independentes depoimentos, porque se uma
tradição ou um evento é independente e multiplamente atestado por fontes
antigas, então é muito improvável que esta tradição tenha sido inventada porque,
do contrário, você não a teria atestada por fontes independentes. E, assim, os
estudiosos costumam aceitar um evento que é atestado por, digamos, duas ou três
fontes independentes. Mas no caso da tumba vazia e do sepultamento, nós temos
cinco ou seis fontes independentes. Então, aparte de uma predisposição contra os
milagres, não há nenhuma boa razão para negar que o coração histórico destas
narrativas, especialmente quando se observa que nós não estamos falando sobre
fontes 30, 40, 60 anos posteriores aos eventos. Estamos falando de tradições nas
quais estes relatos são baseados, tradições que se encontram em algum lugar
entre cinco a sete anos após a crucificação. Comparadas com as fontes da
histórica greco-romana, os evangelhos ganham com sobra, pois os relatos com os
quais os historiadores greco-romanos têm de trabalhar geralmente são datados de
centenas de anos após os eventos, geralmente envolvendo poucas testemunhas
oculares e geralmente narradas por alguém completamente tendencioso aos fatos. E
ainda assim os historiadores do período greco-romano reconstroem o curso da
história do mundo antigo. E como eu disse, N. T. Wright disse que a tumba vazia
e as aparições de Jesus são tão certas como a morte de Augusto César em 14 d.C.
e a queda de Jerusalém em 70 d.C.. E mesmo que você pense que isto é um exagero,
eu acho que estes fatos são mais bem atestados do que vários outros eventos na
história antiga que nós comumente aceitamos como fatos históricos.
Resposta do Dr. Ehrman: Então, você
está pedindo fontes não canônicas. Eu acho que a única razão de Bill não ter te
respondido é porque as fontes não-canônicas não sustentam a posição dele. As
fontes não-canônicas pagãs, na verdade, nunca se referiram à ressurreição de
Jesus até alguns séculos depois da crucificação. Na verdade, Jesus não aparece
em nenhuma fonte não-canônica pagã até 80 anos depois de sua morte. Então, ele
claramente não teve um grande impacto no mundo pagão. O historiador romano
Josefo menciona Jesus, mas não acreditava em sua ressurreição. Existem fontes
não-canônicas que falam sobre a ressurreição, mas infelizmente todas elas,
embora sejam evangelhos não-canônicos, narram o evento de um jeito que discorda
da reconstrução de Bill. Eles não acreditam que Jesus ressuscitou fisicamente de
dentre os mortos. Para prova disto, apenas leia o relato do Segundo Tratado do
Grande Seth ou o Apocalipse de Pedro. Nós temos um relato no qual Jesus sai da
tumba, o evangelho segundo Pedro; é um relato apocalíptico. Jesus sai de sua
tumba tão alto como um arranha-céu; segundo este relato, existe uma cruz que
fala dos céus, certamente um relato lendário de pouco uso aos historiadores que
querem saber o que aconteceu.
Moderador: Agora, podemos
aplaudir!
Fechamento: Chegou a hora de
terminarmos o debate desta noite, e eu gostaria de novamente agradecer aos
patrocinadores – o Center for Religion, Ethics, and Culture e o Campus Christian
Fellowship – a nosso moderador, William Shea. Vocês foram uma platéia brilhante
com ótimas questões, e nós agradecemos por estarem aqui. Temos uma mesa lá atrás
com alguns livros de ambos os debatedores disponíveis junto com outros livros.
Finalmente, eu gostaria de agradecer novamente aos estudiosos William Lane Craig
e Bart D. Ehrman, por compartilharem seu tempo e seu talento conosco.
Notas
1 Raymond E. Brown.
The Death of Messiah, 2 vols. (Garden City, N.Y.: Doubleay, 1994), 2:
1240-1.
2 John A. T.
Robinson, The Human Face of God (Philadelphia: Westminster, 1973), p. 131.
3 Jacob Kremer, Die
Osterevangelien – Geschichten um Geschichte (Stuttgart: Katholisches Bibelwerk,
1997), pp. 49-50.
4 Gerd Lüdermann,
What Really Happened to Jesus?, trans. John Bowden (Louisville, Kent.:
Westminster John Knox Press, 1995), p. 8.
5 Luke Timothy
Johnson, The Real Jesus (San Francisco: Harper San Francismo, 1996), p. 136.
6 N. T. Wright, “The
New Unimproved Jesus”, Christianity Today (September 13, 1993), p. 26.
7 Bart Erhman, “The
Historical Jesus”, (The Teaching Company, 2000), Part II, p. 50.
8 Bart Erhman, “From
Jesus to Constantine: A History of Early Christianity”, Lecture 4: “Oral and
Written Traditions about Jesus” (The Teaching Company, 2003).
9 Ehrman, “Historical
Jesus”, Part II, p. 50.
10 N. T. Wright,
The Ressurrection of the Son of God (Minneapolis, MInn.: Fortress Press, 2003),
p. 710.
11 James, D. G.
Dunn, Jesus Remembered (Grand Rapids, Mich.: Wm. B. Eedmans, 2003), p. 885
12 Robert W.
Yarbrough, “The Power and Pathos of Professor Ehrman’s New Testament
Introduction”, Perspectives in Religious Studies 27 (2004): 364.
13 Jonh P. Meier, A
Marginal Jew, Vol. 2 (New York: Doubleday, 1994), pp. 518-8; Ben Witherington
III, The Jesus Quest (Downers Grove, III.: InterVarsity, 1995), pp.
108-12.
Read
more: http://www.reasonablefaith.org/portuguese/existem-evidencias-historicas-para-a-ressurreicaeo-de-jesus-craig-ehrman#ixzz3X1iXZ2EI
Edna: seu comentário foi ótimo, gatona!
Obrigada Atenor
Sim, Edna Pantoja. Seu comentário merece irrestrito apoio. Johnny Mathis é uma das vozes mais belas q/ existem. Seu modo tão peculiar c/ q; conduz suas interpretações nos fazem ficar deveras em êxtase. Todo garbo, profissionalismo incomum, elegência - em síntese, tantos atributos q/ certamente ñ ficaríamos enfadados em ouvi-lo por horas a fio. Somente os apaixonados é q/ podem realmente entender isso.
Vc tem razão Edna, eu acho a melhor voz do mundo e um extremo bom gosto na escolha das cançoes que interpreta. Sou grato a Deus por existir um Johnny mathis na minha vida!
There you are again lenoremewton, posting a great song and with really nice pictures. Thanks again.
oh thanks- you're funny. I'm gald you are enjoying these so much. There are enough of them to choose from LOL- i guess i get carried away with this hobby- but who wouldn't? enjoy. and thank you again for all your nice comments. I appreciate them.This is early- didn't really know what i was doing yet. but any photo of Johnny is worth looking at!
@lenoremewton Yes I certainly enjoy your posting, and who could not love him. Thanks again.
while i've not looked for a while- i think Barbara Streisand charges far more (too much I think)- you can see Johnny for a decent price- and if you buy early- or even last minute- you can get a good seat- you don't have to be super rich- at least that's how i see it/experience it. Hope you get to see one or both of them while they are still performing. enjoy.
lenoremewton no
Voz maravilhosa! Talvez um dos melhores do mundo!!! Inesquecível!!!?
The only thing about singers like Barbra Streisand or Johnny Mathis is that the tickets to their performances are so expensive or the super rich would buy first and will always be sold out.The only thing I find is that the only time I can get to meet them even for a first time in Singapore n the nearest time I get to them is autographed sessions. Maybe I will write a prose of my:" If I could reach them somehow."
so true- Johnny is in a class by himself- a wonderful example of- 'they broke the mold'- there is NO one like him. Enjoy.
Specials memories. Wonderful singer. Thanks
anyone knows another worthy cover of this great song?
@beweau -you're welcome! Many of them are in MP3 form- as this is- as I do not have the LPs. Enjoy:)
Oh dear. What a wonderful song, and what a wonderful singer. I wish so very much
that these lp-wonders come out as cd's!! I would have bought them all in the same day! Thank you for this Lenore. Berit.
@Camfish0 - thanks very much for sharing the roots of this song- i'll be interested to find Peter's version- it will have it's own essence i'm sure. Johnny just makes us remember those wonderful feelings one has when in love. He's the ambassador of love expressed. Enjoy:)
@svnnhshirl - Thank you so much for stopping by to watch this- i know you're an utlimate Mathis lover! I really appreciate your comments- this is a great song. But gosh- which aren't???? I keep finding more and more.. Enjoy:)
It has apparently only taken me a year to comment on this song! If you uploaded a Johnny Mathis song, you can just know I've visited and listened to it, over and over. I get so busy doing that, and adding things to my playlists, that I forget I didn't stop long enough to thank you for the song and the photos! I love this song! Thanks!
@pellin47 - you're welcome- so glad you finally found it- I know that feeling- this was one of my earlier ones- it's been a lot of fun - and I love it when the videos have meaning for others. Enjoy!~
So glad you like it! It was originally made for a special friend. enjoy.
thank you, Emile- like you- I am a lover of beautiful music by wondrous souls. Glad you enjoyed it.
i had never heard the song until recently- all of his songs express lyrics fully. Glad you like it and the photos- love to collect them!
Love the song (beautiful lyrics) and the photos are great too.